Nadabe e Abiú, autor não identificado |
Há um ano e meio falei sobre este texto fazendo alusão à
condução em carro aberto de uma réplica mal enjambrada da Arca da Aliança. Hoje
me sinto na obrigação de voltar ao texto quando li que uma igreja tradicional
conclamava seus membros para comparecerem em um dia e hora determinados com a
finalidade de promover um grande clamor a Deus.
Já faz um tempo proibi a mim mesmo frequentar reuniões com
tendências neopentecostais. Fiz isso porque já não suportava mais as macaquices
que estavam sendo agregadas à forma simples e objetiva do culto que é requerido
por Deus para si nas Escrituras. Venho acompanhando as mensagens do rev. Alan
Kleber sobre esse tema, e justamente neste domingo ele pregou sobre este mesmo
texto. Não aconteceu que ao chegar em casa me deparei com a convocação da
referida igreja para uma prática, que hoje em dia pode até ser comum, mas que é
completamente estranha ao ensinamento bíblico?
Reunião de Clamor por Avivamento, onde existe semelhante
coisa na Bíblia? Até onde alcança o meu conhecimento posso identificar duas
ocasiões mencionadas no Texto Sagrado. A primeira quando Arão fundiu um bezerro
de ouro, fato que o livro do Êxodo narra da seguinte maneira: Ex 32.6 - No dia seguinte, de manhã cedo, eles
trouxeram alguns animais para serem queimados como sacrifício e outros para
serem comidos como ofertas de paz. Depois o povo sentou-se para comer e beber e
se levantou para se divertir. A segunda aconteceu no Monte Carmelo onde
Gezabel reuniu quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e quatrocentos de
Aserá para confrontarem um único profeta de Deus. Reparem no resultado: I Rs
18.27-28 - E sucedeu que ao meio-dia
Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode
ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente
alguma viagem; talvez esteja dormindo, e despertará. E eles clamavam em altas
vozes, e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme ao seu costume, até
derramarem sangue sobre si.
Não me parece serem muito recomendadas as reuniões de
clamor, mesmo porque Deus não se ausentou, não está dormindo surdo menos ainda.
Pelo contrário, Jesus nos ensinou que a eficácia da oração está justamente na
solidão e na surdina: Mt 6.6 -Mas você,
quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode
ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a
recompensa.
Na realidade este é mais um fogo estranho que estão
introduzindo no culto a Deus. Reparem que os filhos de Arão prepararam os
elementos de culto de boa-fé, na intenção de fazer o melhor para Deus, mas
foram severamente punidos por isso. Então, pode ser que o que está sendo feito
tenha uma conotação de fervorosa piedade, ou mesmo denotar uma fé comprometida,
mas no fundo é fogo estranho mesmo. Não podemos comparecer na presença de Deus
da melhor forma que a nossa consciência intui ou recomenda. O culto a Deus é
uma prática estabelecida por ele. Ele é quem diz quando e de que maneira quer
ser adorado. Nunca poderá ser uma opção tampouco uma adaptação. Culto é culto.
Quer se juntar para clamar; quer subir ao monte, quer estabelecer
regras de conduta, quer inovar adorações que o façam, mas não façam em nome de Deus
porque ele não nos pediu nada semelhante. (anterior)
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