Agostinho para o século XXI

Calvary Memorial Churc
Texto do rev. Douglas Webster. (tradução livre)

Gerald Hiestand e Todd Wilson gostam de contar a história de uma menina e seu pai que passeavam pelo um cemitério da igreja. A filha lia as inscrições tumulares em voz alta para seu pai, até que encontrou uma que dizia: Pastor Teólogo. Ela fez uma pausa, em seguida perguntou: Papai, tem duas pessoas enterradas aqui?

Hiestand e Wilson são pastores da Calvary Memorial Church, vizinha a Chicago, e fundadores do Centro de Pastor Teólogos. Eles tiveram como missão reparar a violação moderna entre os líderes das igreja locais e os que se empenhavam no estudo teológico avançado. O Pastor Teólogo ressuscitava uma visão antiga em que identificam a necessidade de pastores que escrevem e pregam teologia avançada para o corpo de Cristo. Alguns desses pastores se veem retornando ao tempo de Agostinho, Lutero e Calvino.

Hiestand e Wilson escreveram: Hoje nos encontramos num contexto em que para ser um teólogo é, quase por definição, ser professor em uma faculdade de teologia. E para ser um pastor é, quase por definição, ser outra coisa que não seja um teólogo. A maioria dos pastores agem como transmissores passivos das revelações dos teólogos para os leigos. Um pouco citação de Agostinho aqui, uma breve alusão ao Bonhoeffer lá. Isso é tudo.

Nem sempre foi assim. Hiestand e Wilson notaram que muitos, como Ambrose, um dos pais da igreja primitiva, Jerônimo, João Crisóstomo, Atanásio, e assim por diante, eram tanto clérigos quanto teólogos, e concluíram: O pastor teólogo tem um lugar de suam importância na história do povo de Deus.

Então, onde está o pastor teólogo hoje? Há autores que apontam diversos fatores históricos para esse conflito. O Iluminismo enfraqueceu a estrutura intelectual da Igreja empurrando muitos teólogos para as universidades. A Revolução Americana e o Segundo Grande Despertar criaram uma cultura popular que desaprovava os pregadores que lançavam ideias novas sobre as cabeças do povo. Nos seminários modernos, com sua ênfase em especialidades estreitas, os estudantes de teologia, na maioria das vezes estudavam assuntos demasiado obscuros para o interesse dos fiéis leigos. A tudo isso acrescenta-se a uma situação em que as igrejas são suspeitas de pregar uma teologia inebriante no púlpito, enquanto que os teólogos profissionais são acusados de fazer projetos impulsionados principalmente para o coração da igreja.

Wilson e Hiestand se preocupam porque as igrejas americanas têm deixado um déficit profundo e crônico na sua teologia. Eles querem ver pastores ensinando teologia sofisticada para paroquianos comuns, e mais importantes, criando uma teologia adaptada às necessidades da igreja. Os autores Pastores Teólogos, deixam claro que não estão imergindo em abstrações rarefeitas por curiosidade ou a busca de prestígio profissional. Eles simplesmente querem fortalecer a igreja.

Apesar da natureza inerentemente teológica do pastorado, Hiestand e Wilson notaram que nem todo pastor é chamado a ser um pastor teólogo. Mas aqueles que aspiram este status, tem que oferecem estratégias práticas. Sua lista de tarefas incluem um doutorado em teologia, agendamento de amplo estudo e tempo escrevendo, e o apoio da liderança da igreja. Em certa medida, no entanto, estas estratégias presumem uma congregação rica em finanças e em educação cristã. Esses autores, porém, deveriam ter dedicado mais atenção ao aprendiz de teologia que são chamados para áreas pobres e rurais.

Pessoalmente, eu sei de muitos teólogos acadêmicos que estão profundamente investidos na igreja. Eles escrevem com tanta paixão ao povo de Deus que eu já se pensam deles como pastores teólogos. Sei também de muitos pastores, cujos escritos teológicos, profundamente moldaram a minha teologia e o meu ministério.

Imagino que pastores teólogos talentosos sejam mais abundantes do que Hiestand e Wilson perceberam. Mesmo assim, poderíamos sempre ter mais.

Douglas Webster é professor de Teologia Pastoral e Homilética no Beeson Divinity School.

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