Sacrifício de Isaque, Matthias Stom |
Numa postagem desta semana, sem qualquer dúvida, a mais
polêmica levada a cabo por este blog que foi a respeito de um assunto que
penso eu deveria ser, no âmbito de uma igreja cristã tradicional, a de maior
consenso, pois trata-se de um de algo que Deus não poderia ser mais específico
e mais incisivo na Bíblia: o seu culto.
Através de xingamentos, tais como o de imbecil e sem noção, recebi
repreensões por não demonstrar o mínimo de amor cristão em minhas palavras, como
também por denúncias de tentar cercear a liberdade que cada um tem por conta da
direção do Espírito Santo. Por outras tantas vezes fui advertido quando disse que o amor cristão tem que tratar com critério casos particulares, principalmente nos assuntos domésticos da igreja, porque eles podem por em risco a fé de toda uma comunidade. Vide o caso de Ananias e Safira no livro de Atos.
Diante do exposto, vejo que não é preciso ser catedrático em
Liturgia para inferir que o problema se instalou pela veemência do meu parecer
sobre a atual concepção de muitos cristãos que imaginam poder gozar de plena e
total liberdade tanto na sua relação íntima com Deus, bem como nas suas manifestações
cúlticas em comunidade. Expressões manifestas através de slogans como: Deus, como eu te amo, Jesus é um fofo e pedidos de
salvas de palmas para Jesus se tornaram quase que obrigatórias nos momentos de
maior enlevo espiritual em nossos cultos, justamente por que elas demonstrariam um maior comprometimento com o momento de louvor e adoração ao nosso Deus.
Outro fato curioso que reputo estar diretamente relacionado
com a minha meditação foi uma postagem de uma das pessoas pelas quais fui
repreendido, que mostra um filme de adulto em um rodopio intenso com um bebê
nos braços em uma comunidade anônima, que prestava um culto a uma divindade não
especificamente declarada, mas que se supunha ser uma igreja cristã. Essa sim
recebeu 99% de aprovação. A única contestação à postagem partiu de ninguém mais
do que a minha própria pessoa.
Como sempre tento fazer, vou passar a expor alguns dos preceitos
bíblicos dos quais me vali para fazer o que fiz.
Em uma das primeiras advertências que Deus fez a um ser
humano sobre a forma de como deveria ser adorado foi na controversa passagem do
sacrifício de Isaque. Ali Deus demonstrou claramente que não admite ser adorado
através de manifestações de louvor que são comuns às divindades desse mundo. Ele disse a
Abraão enquanto lhe segurava a mão que portava a adaga: Os pagãos adoram assim. Não é desse jeito que quero ser adorado.
Mais tarde, quando o povo pretendeu institucionalizar o
culto a Iahveh, as três primeiras advertências de Deus com relação aos atos em
seu culto foram justamente contrárias a ideia de que se pode adorá-lo com total
liberdade. Disse ele no Decálogo: Não
terás outro Deus diante de mim. Não farás imagem alguma minha para ser adorada.
Não tomarás o meu nome em vão. Ou seja, Deus não somente estabeleceu a
forma aceitável de adoração, como também deixou claro de que forma ele jamais
aceitaria ser adorado. E principal motivo alegado por esta exigência foi exatamente
o zelo que ele tem pela sua imagem. Deus é um Deus zeloso para com o seu Nome e
para com a forma com que deve ser abordado.
O costume pagão herdado em mais de quatrocentos anos no
Egito deveria ser, a partir de então, completamente abolido. Não se pode mais
trazer para o culto a Deus concepções válidas em outros cultos sob o pretexto
algum. Principalmente aqueles que vêm através de manifestações de cunho
pessoal. Não posso jamais adorar a Deus do jeito que eu quero ou do jeito que
eu julgo ser mais apropriado. (continua)
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