Texto do rev. Jonas Rezende.
Um velho comentarista do Evangelho escreveu que Jesus, antes de morrer, fez o seu testamento: para o Pai destina o espírito; o corpo fica com José de Arimatéia; as vestes vão para os soldados; Maria, a mãe, deixa aos cuidados de João. E para os discípulos, que largaram tudo e seguiram o Mestre, qual seria a sua herança? Cristo lega àqueles que o amam a sua paz.
Um velho comentarista do Evangelho escreveu que Jesus, antes de morrer, fez o seu testamento: para o Pai destina o espírito; o corpo fica com José de Arimatéia; as vestes vão para os soldados; Maria, a mãe, deixa aos cuidados de João. E para os discípulos, que largaram tudo e seguiram o Mestre, qual seria a sua herança? Cristo lega àqueles que o amam a sua paz.
Não é, certamente, a paz dos cemitérios, da ausência de
problemas. Você sabe que a própria fé que gera profundas tensões dentro de nós
e em nossos relacionamentos. Há exigências éticas do Cristianismo que podem
levar um homem sensível, como o apóstolo Paulo, a dizer, torturado: Miserável
homem que sou... o bem que desejo não faço, mas pratico o mal que detesto.” As próprias bem-aventuranças nos falam da sensibilidade do cristão diante do
sofrimento e da dor.
Não é também a paz barata ou gratuita. Jesus aparece, logo após
a ressurreição, e diz aos discípulos: “A paz seja com vocês.” Mas, em seguida,
lhes mostra as marcas dos espinhos e da cruz. estas marcas, o preço que ele
pagou, as cicatrizes da paz.
Ser cristão é receber a
paz como herança. E, ao mesmo tempo, é viver esta paz num mundo mergulhado em
guerras, violências e destruição, em todos os níveis. A palavra hebraica para
paz é shalom, que significa também a plenitude do
amor divino e a consumação de todos os dons. Por isso, a paz ocupa o horizonte
de qualquer utopia, dentro e fora da Bíblia. E o sonho e a esperança de toda a
humanidade.
Assim, faça este credo
também seu:
Quando
a última taça de angústia for despejada no caos escuro
E
a asfixia me ditar a
morte. E o mundo se equilibrar no colapso total
— Eu me rirei do carrasco extenuado, do falso deus sem força e sem futuro.
— Eu me rirei do carrasco extenuado, do falso deus sem força e sem futuro.
E
cantarei meu credo ao sol perdido que jamais se perde:
Eu
creio no homem, eu creio na vida, eu creio no amor, eu creio na paz.
Eu
creio em Deus.
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