O que identifica o ministério pastoral?

Jesus e o paralítico, Blble Cartoons
Quando alguém está fraco, eu também me sinto fraco; e, quando alguém cai em pecado, eu fico muito aflito. II Co 11.29

Em um depoimento pessoal bastante dramático o reverendo Ed René Kivitz fez uma explanação de como deveria ser a postura pastoral diante do infortúnio do próximo, mais ou menos no estilo deste trecho da segunda carta que Paulo escreveu à Igreja de Corinto. Mesmo antes que houvesse qualquer tentativa de contestação por parte de alguém desavisado, ele afirmou: por isso eu sou pastor e você não é.

Ainda esta semana a mídia divulgou amplamente a deplorável agressão que a menina do Candomblé e a sua avó sofreram por parte de neopentescotais fanáticos. Como sempre, o povo não deixa barato, e ampliando a repercussão do incidente, as redes sociais mostraram um depoimento veemente do jornalista Ricardo Boechat fazendo severas acusações contra um pastor muito conhecido no meio evangélico que, agindo em nome dos neopentecostais, resolveu desafiá-lo a um debate público. Isso rendeu ao Boechat duras críticas de um bom número de comentários de simpatizantes do referido pastor.

No mesmo segmento do noticiário o jornalista fez um gratificante elogio à atitude de um outro pastor, bem menos conhecido, que se antecipou mobilizando a sua igreja em um movimento de repúdio à intolerância religiosa. O curioso é que sobre essa parte do depoimento do Boechat não consegui ler qualquer comentário no Facebook.

Diante desses três fatos o que podemos inferir? Sem tomar partido de quem quer que seja passo a transcrever o que o apóstolo Paulo disse em uma situação semelhante no seu tempo: Vocês são tão sábios e suportam de boa vontade os loucos. Toleram os que mandam em vocês e exploram vocês; toleram os que os enganam, os que os tratam com desprezo e os que lhes dão bofetadas. Tenho até vergonha de confessar que nós fomos tímidos demais e não fomos capazes de fazer coisas como essas (II Co 11.19-21).

A verdade é que eu também tenho vergonha de ter que tratar de um assunto como este no blog. Me parece tão evidente as diferenças entre os verdadeiros e os falsos profetas que eu estaria ofendendo a inteligência de vocês me estendendo em algum possível comentário. Mas quando tenho que dar razão a um segmento importante da sociedade, quando este segmento faz uma pesada crítica contra igreja, ainda mais agravado por vir através de pessoa que é confessadamente ateia, fico completamente sem palavras. E é nessa hora que eu recorro novamente à sabedoria paulina: quando eu sinto que igreja está fraca, eu me sinto mais fraco ainda.

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