Os loucos de Deus, alunos indianos de William Carey |
Texto do rev. Jonas Rezende.
Colombo e Cabral descobriam, há quinhentos anos, o novo mundo. E importante lembrar que havia ainda muita coisa para ser feita na Europa desses navegadores. Quando hoje os astronautas, com os inventos mais sofisticados, beijam as estrelas, eu penso o mesmo: eles saem da Terra, que não resolveu até aqui tantos problemas e desafios.
Mas acho que deve ser mesmo assim: bandeirantes e pioneiros
estão vivendo sempre muitos anos à frente do homem comum. E eu pergunto, à luz
dessa verdade histórica, se não é o momento de buscarmos a união de todos os
homens, qual seja o seu credo ou mesmo que não tenham credo algum. Sei que o
ecumenismo ainda engatinha, mas acredito que precisamos ter coragem para sonhar
com grandeza. Afinal, é o próprio Deus que nos incentiva: “Amplie o lugar da
sua tenda”; abra bem os seus horizontes.
Quando o mundo se torna, como lembra MacLuhan, uma aldeia
global, é constrangedor perceber que os homens se matam por etnias e
nacionalidades. O teólogo Visser’t Hooft observa que o habitante de nosso mundo
moderno “pode amar Mozart e Bach... reserva um lugar em sua vida para
Shakespeare e outro para Dostoievski. Recebe inspiração de El Greco e de
Rembrandt... pode cultivar interesses na arte etrusca, japonesa ou persa...
voltar-se para os escritos dos filósofos chineses ou hindus”. Isto é, não há
impedimentos para uma perspectiva universal da cultura humana. Por que, então,
não “ampliar a nossa tenda”, a nossa mentalidade, visando a comunhão entre
todos os homens? Por que não escancarar as janelas para o amor?
O texto, contudo, também nos adverte: “Firme bem as suas
estacas.” Você sabe que a unidade dos homens não é incompatível com nossa
cultura regional, com as convicções nacionais e pessoais, com nossa fé
religiosa. Não há impedimento entre a visão abrangente e receptiva e o que
podemos contribuir para ampliá-la ainda mais.
O cientista Joseph Needhan termina seu pronunciamento pela
unidade, na Universidade de Oxford, citando um hino sufi que diz:
O! Deus, em todos os
templos encontro os que Te buscam. Em todas as línguas que existem os povos Te
louvam. Algumas vezes frequento o claustro cristão e outras, a mesquita, mas é
a Ti que busco de templo em templo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário