Não se conformem com este mundo, mas
se transformem pela renovação da mente...
Paulo de Tarso (Romanos 12.2)
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Preguiça, Pieter Bruegel |
Texto do rev. Jonas Rezende.
Quando ainda
a Sociologia estava engatinhando, surge, na França, um estudioso chamado
Gabriel Tarde. Para este sociólogo, duas forças marcam o comportamento do homem
em sociedade: a imitação e a invenção. A primeira representa a repetição, que
traz certa segurança àquele que apenas se conforma aos modismos. Já a invenção
tem compromisso com a criatividade, a inovação, essa busca humana sem limites.
Paulo, o
apóstolo, está preocupado que o cristão seja alguém que tenha a coragem de
mudar. É por isso que ele desafia: “Não se conformem com este mundo.”
Não sei se
você leu A Idade da Razão. Jean-Paul Sartre, neste seu romance, nos fala de uma
poltrona tão macia quanto perigosa: sentar-se na poltrona poderia ser o início
da acomodação... Eu lhe digo que é preciso muita coragem para mudar, vencer a
“lei do menor esforço”, quebrar a inércia.
Dois livros
me ensinaram muito quanto a este assunto, razão por que os menciono para você.
De Hermann
Hesse, O Jogo das Contas de Vidro. Retrata uma sociedade brilhante de onde a
criatividade deve, porém, ser banida. É, para mim, a denúncia da erudição sem
vida e dinamismo; a cultura morta.
De Salman
Rushdie, Haroum e o Mar de Histórias. Trata-se de recente trabalho do escritor
que vive escondido há anos, porque foi jurado de morte pelos maometanos, desde
que o aiatolá Khomeini viu em seu livro anterior, Os Versos Satânicos, uma
posição de desrespeito para com o profeta Maomé.
No seu mar
de histórias, Salman Rushdie nos coloca diante de um mundo onde o discurso
divergente é proibido. Vale dizer, o escritor está focalizando sua própria
experiência neste nosso mundo atual, onde posições arbitrárias ainda possuem
força para literalmente esmagar os homens que ousam ter liberdade de
pensamento.
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