A pesca maravilhosa, autor identificado |
Este antigo
registro dá algumas pistas para a nossa ação nos dias de hoje. Note como o texto
destaca o cooperativismo: um ao outro
ajudou. Em nossa sociedade de consumo e de disputas selvagens, onde está
sacramentado o lema “salve-se quem puder'’, a manifestação de companheirismo
que o texto nos passa merece, para mim, destaque especial.
Martin
Luther King afirmou com profunda consciência: Ou aprendemos a viver juntos como irmãos ou pereceremos juntos como
loucos. Sempre que leio esse texto bíblico me vem à lembrança o lema dos
três mosqueteiros, de Alexandre Dumas, que por sinal eram quatro: Um por todos e todos por um.
Mas repare
como o texto também nos fala do valor do estímulo mútuo, em nossas lutas
comuns. Um dizia ao outro: Seja forte.
Não se trata de colocar alguém no colo, com paternalismo, e sim de provocar o
potencial adormecido, diante dos desafios inadiáveis. Maurice Maeterlinck, em
seu livro A Sabedoria e o Destino, fala com beleza poética sobre a relação
entre os que estão preocupados em viver o amor concreto. Diz Maeterlinck: Não amemos de dó quando pudermos amar por
amor; não perdoemos por bondade quando podemos perdoar por justiça; não
aprendamos a consolar quando podemos aprender a respeitar.
O mais
intrigante neste texto, para mim, é o fato de que ele retrata a atitude de
inimigos do povo de Deus, na Bíblia, os chamados pagãos! E esta é a sua lição
maior. A busca da verdade e os acertos não respeitam história ou geografia. A
ação divina não se restringe aos nossos esquemas; ninguém é dono de Deus por
usucapião...
Mário Vargas
Llosa coloca nos lábios de um personagem de seu livro Conversa na Catedral a
seguinte observação: Porque no bordel
você está mais perto da realidade do que no convento. Jesus Cristo é ainda
mais contundente quando diz aos fariseus:
As prostitutas chegarão no Reino dos Céus antes de vocês.
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