Ressurreição de Lázaro, Francesco Trevisani |
E, tendo dito isto, clamou em alta
voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as
mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou
Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.
João 11.43-44
Texto do
rev. Jonas Rezende.
Em uma de
minhas viagens registrei, em dois lugares diferentes, um comportamento que pode
reproduzir-se também em nossa vida. No Palácio do Escoriai, na Espanha, o
panteão dos mortos é construído com luxo e requinte, enquanto os quartos do
palácio, onde viviam seus ocupantes, são de simplicidade extrema. Já no Oriente
Médio, no Egito, não encontramos mais os palácios dos faraós, suas residências,
que eram construções mais frágeis e que se perderam; ali estão apenas seus
túmulos, especialmente as pirâmides. Percebemos, nos dois casos, a valorização da
morte, o culto da morte, a preocupação com o corpo sem vida. Como um
contraponto a esse entendimento, o Cristo nos repete: “Eu vim para que os
homens tenham vida.”
Você
certamente já ouviu ou leu sobre a ressurreição de Lázaro por Jesus. Sem entrar
nas diversas interpretações possíveis do evento, quero apenas destacar duas
ordens do Mestre.
A primeira é
para o homem que se encontra no túmulo: “Lázaro, venha para fora.” Porque a vocação
do ser humano é para a vida, a ação. Devemos permanecer à tona, partilhar os
riscos que são próprios à aventura da existência. Fugir da vida é negar a nossa
própria essência.
0 segundo
comando do Cristo é para os que partilham da cena: “Tirem-lhe as amarras e o
deixem ir.” Lázaro, certamente, também colabora com o cumprimento desta ordem;
tenta se desvencilhar das amarras.
E preciso
mesmo libertar-se das marcas da morte. A ordem de Jesus se refere, num sentido
simbólico, aos conceitos e preconceitos sociais que podem imobilizar nossa
existência. Augusto Comte nos lembra que “os mortos governam os vivos”, mas há
um momento em que precisamos dar um basta, se desejamos plenitude de vida.
Thanatos e
Eros, isto é, a morte e o amor, a negação total e a vida. Esta é, também hoje,
a nossa escolha.
Tente fazer
esta oração:
Bondoso
Deus, quanta alegria eu descobri na minha vida; caminhar contigo é sempre
festa, é ver na noite a luz do dia.
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