O que é ESCRAVO?

Escravos núbios no antigo Egito
Sentido literal.
Em Israel, os prisioneiros de guerra não-israelitas eram vendidos como escravos, e o preço variava entre 30 e 40 siclos, ou seja, menos de meio quilo de prata: Ex 21.32 - Se o boi chifrar um escravo ou uma escrava, dar-se-ão trinta siclos de prata ao senhor destes, e o boi será apedrejado. Somente os escravos estrangeiros podiam ser vendidos e com­prados, e um grande mercado era a cidade de Tiro de Sidom: Ez 27.13 - Javã, Tubal e Meseque eram os teus mercadores; em troca das tuas mercadorias, davam escravos e objetos de bronze.

O tráfico de escravos estava, sobretudo, nas mãos dos fenícios. Conforme I Macabeus 3.41, eles acompanha­vam os exércitos sírios, para vender israelitas como escravos. Era uma prática comum a venda de escravos israelitas, mas o comércio entre escravos israelitas era proibido por vários motivos, porém, um israelita que visse a se tornar um escravo de seu patrício seria tratado de modo diferente dos demais escravos estrangeiros: Lv 25.39 - Também se teu irmão empobrecer, estando ele contigo, e vender-se a ti, não o farás servir como escravo. Não havia regras exatas, mas uma pessoa podia até vender-se voluntariamente como escravo: Porém, se o escravo expressamente disser: Eu amo meu senhor, minha mulher e meus filhos, não quero sair forro. Então, o seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira, e o seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre. A lei mosaica contém várias determi­nações para proteger a situação a fraqueza dos escravos, e mais ainda para garantir a integridade das escravas.

No Segundo Testamento, no tempo de Jesus, a escravidão era coisa normal na Palestina. Nas parábolas, naturalmente, aparecem também escravos, como na parábola do servo prudente de Mt 24,45-51, na parábola do mordomo infiel de Lc 12,42-48. Contudo, nunca Jesus se pronunciou diretamente contra a escravidão; mostrou, porém, o caminho, que mais tarde devia levar à abo­lição da escravidão. Os apóstolos, nas epístolas, ensinam, com muita ênfase, a verdade de que todos os homens são iguais diante de Deus, tratam da relação entre patrões e escravos, e lembram a ambos as partes seus direitos e suas obrigações. Paulo intercede pelo escravo fugitivo Onésimo junto de seu dono, sugerindo, talvez, a sua libertação.

Sentido metafórico.
No Primeiro Testamento, qualquer um podia chamar-se a si mesmo, por delicadeza, o escravo de seus governantes ou líderes religiosos. Sobretudo, o homem é escravo ou servo de Deus, que é seu Senhor. Às vezes o próprio Deus chama alguém seu escravo ou servo, o que constituía grande honra para o indivíduo.

Essa ideia de que o homem é escravo ou servo de Deus, é ainda mais aprofundada no Segundo Testamento. Maria chama-se a si mesma serva do Senhor. Jesus mostrou que ele é o “Servo de Javé” em sentido eminente. Despojou-se a si mesmo, escolhendo a condição de escravo: Fp 2.7; pela sua obediência, ele nos libertou da escravidão do pecado: Jo 8,34 e Rm 6,6. Por isso não somos mais escravos, mas filhos, e como filhos, também herdeiros, por disposição de Deus: Gl 4.5 - Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus.

Nenhum comentário:

ads 728x90 B
Tecnologia do Blogger.