Lázaro e o homem rico, Jacopo Bassano |
Para afastar falsas expectativas, quero dizer que esta postagem não pretende mostrar como a religião pode ajudá-lo a ficar mais rico, nem o que ela ensina a respeito do modo que como você deve ganhá-lo ou gastá-lo. Faz apenas uma comparação entre ele e ela, porque de ambos todos temos necessidade.
Que faria se seu filho lhe
perguntasse o que é superavit primário? Se você fosse economista, seria fácil
satisfazer sua curiosidade. Mas, talvez você tivesse apenas ouvido falar dele
na televisão, sem prestar muita atenção. Então, você faria uma rápida pesquisa,
se informaria, e passaria ao menino. Em ambos os casos, essa informação apenas
ampliaria os conhecimentos gerais dele, mas pouca importância teria para sua
vida.
E se ele lhe perguntasse o que é
dinheiro? Para dar uma resposta completa, poderia fazer uma pesquisa sobre sua
origem, sua história, a função que desempenha na sociedade moderna e coisas
assim, o que também pouca utilidade teria para uma criança. Mas, supondo que
ele não teria necessidade de conhecer mais do que você mesmo já sabia sobre o
tema, a resposta viria sem demora. Pensando bem... alguma vez seu filho lhe fez
essa pergunta? Imagino que, na primeira conversa que tiveram sobre o assunto,
ele já tinha alguma ideia do que se tratava e vocês conversaram sobre questões
bastante práticas, principalmente sobre os prejuízos que pode causar seu mau
uso, de modo que não houve apenas transferência de conhecimento de você para
ele, mas este também contribuiu com sua própria experiência, para o benefício
de ambos.
Deve ter ficado claro que não se deve
gastar mais do que se ganha, que devemos nos abster dos chamados supérfluos,
para conseguir obter o mais importante e o mais desejado. Que não é bom contar
com o dinheiro dos outros, principalmente daqueles que nos oferecem, os bancos,
por exemplo, pois, no final das contas vamos ter comprado menos do que se
tivéssemos utilizado apenas recursos próprios.
Vocês devem ter concluído também que dinheiro não compra tudo, por
exemplo: a imortalidade, a felicidade, a verdadeira amizade, a harmonia
conjugal, coisas que realmente importam.
A religião é mais ou menos como o
dinheiro, todos nós necessitamos de ambos, daquela muito mais que deste, embora
haja quem não reconheça. Conhecimento teórico sobre ela é também de pouca
valia, por mais amplo que seja, quando não tem relação com a prática diária, na
qual ele se consolida e se desenvolve. Do mesmo modo, muitos têm também se dado
mal por apostar na fé de terceiros que oferecem bênção de todo o tipo. É bom
saber também que nem tudo se pode alcançar através da fé, mas apenas o que
importa, e lembrar sempre das palavras do profeta Habacuque: o justo viverá pela sua fé. Quem tem uma do tamanho
de um grão de mostarda, recebida de graça do único verdadeiro fornecedor, não
precisa apelar para os que alardeiam possuir mais poderes do que os maiores no
reino dos céus, os pequeninos.
Referências bíblicas:
Habacuque 2.4.
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