Dinheiro e religião

Lázaro e o homem rico, Jacopo Bassano
Texto do rev. Paulo Schütz.         
Para afastar falsas expectativas, quero dizer que esta postagem não pretende mostrar como a religião pode ajudá-lo a ficar mais rico, nem o que ela ensina a respeito do modo que como você deve ganhá-lo ou gastá-lo. Faz apenas uma comparação entre ele e ela, porque de ambos todos  temos necessidade.
Que faria se seu filho lhe perguntasse o que é superavit primário? Se você fosse economista, seria fácil satisfazer sua curiosidade. Mas, talvez você tivesse apenas ouvido falar dele na televisão, sem prestar muita atenção. Então, você faria uma rápida pesquisa, se informaria, e passaria ao menino. Em ambos os casos, essa informação apenas ampliaria os conhecimentos gerais dele, mas pouca importância teria para sua vida.
E se ele lhe perguntasse o que é dinheiro? Para dar uma resposta completa, poderia fazer uma pesquisa sobre sua origem, sua história, a função que desempenha na sociedade moderna e coisas assim, o que também pouca utilidade teria para uma criança. Mas, supondo que ele não teria necessidade de conhecer mais do que você mesmo já sabia sobre o tema, a resposta viria sem demora. Pensando bem... alguma vez seu filho lhe fez essa pergunta? Imagino que, na primeira conversa que tiveram sobre o assunto, ele já tinha alguma ideia do que se tratava e vocês conversaram sobre questões bastante práticas, principalmente sobre os prejuízos que pode causar seu mau uso, de modo que não houve apenas transferência de conhecimento de você para ele, mas este também contribuiu com sua própria experiência, para o benefício de ambos.
Deve ter ficado claro que não se deve gastar mais do que se ganha, que devemos nos abster dos chamados supérfluos, para conseguir obter o mais importante e o mais desejado. Que não é bom contar com o dinheiro dos outros, principalmente daqueles que nos oferecem, os bancos, por exemplo, pois, no final das contas vamos ter comprado menos do que se tivéssemos utilizado apenas recursos próprios.  Vocês devem ter concluído também que dinheiro não compra tudo, por exemplo: a imortalidade, a felicidade, a verdadeira amizade, a harmonia conjugal, coisas que realmente importam.
A religião é mais ou menos como o dinheiro, todos nós necessitamos de ambos, daquela muito mais que deste, embora haja quem não reconheça. Conhecimento teórico sobre ela é também de pouca valia, por mais amplo que seja, quando não tem relação com a prática diária, na qual ele se consolida e se desenvolve. Do mesmo modo, muitos têm também se dado mal por apostar na fé de terceiros que oferecem bênção de todo o tipo. É bom saber também que nem tudo se pode alcançar através da fé, mas apenas o que importa, e lembrar sempre das palavras do profeta Habacuque:  o justo viverá pela sua. Quem tem uma do tamanho de um grão de mostarda, recebida de graça do único verdadeiro fornecedor, não precisa apelar para os que alardeiam possuir mais poderes do que os maiores no reino dos céus, os pequeninos.

Referências bíblicas:
Habacuque 2.4.
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