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O semeador, Vam Gogh
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Jesus disse: — O Reino
de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado,
quer esteja dormindo, ela brota e cresce, sem ele saber como isso acontece. É a
própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga,
e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o
homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita.Marcos
4.26-29
Se eu pudesse ter a mesma confiança no meio das crises que
me atacam, como seria tão mais fácil a minha vida. Descobrindo o que Deus fez
depois da tempestade, quando tudo acabou, eu percebo melhor o que ele estava
fazendo lá no meio do tumulto da hora insegura. Como é fácil olhar para o
passado, observar a bondade de Deus e confiar na sua graça agora mesmo.
Descubro também o quanto eu preciso ser paciente para esperar o processo de
Deus na evolução do seu Reino. É mais importante para nós do que o produto
final, o próprio Reino.
É impossível para cada um de nós entender previamente o processo
de Deus e antecipar qualquer de suas ações. O nosso problema é viver nos dias
mais agitados da História. Eu sei que toda geração diz a mesma coisa, mas nós temos
algo a acrescentar. Nunca houve tantas mudanças acontecendo em tantos aspectos
da vida ao mesmo tempo. A especialização da especialização, que é cada vez mais
acentuada, provoca as mudanças tão radicais quanto essas que estamos vendo. Infelizmente
a mudança para o melhor geralmente requer a paciência de uma política decente e
a persuasão da opinião pública. Isso os grandes ditadores não tiveram. Hitler,
Stalin e outros do gênero tentaram acelerar a história ao máximo, mas não
tiveram sucesso. O curioso é que as tentativas de derrubar barreiras, consertar
tudo a seu jeito e começar de novo rapidamente são sempre iniciativas de homens
maus. O Reino de Deus não é assim.
São raras as vezes que paramos para pensar o quanto Deus tem
feito por nós no passado. Como poderíamos nos esquecer disso? Deve ser por
causa da nossa impaciência. Justamente por esse motivo é que Jesus contou a
parábola da semente que cresce silenciosa, secreta e persistentemente. A
Palavra de Deus para nós hoje é: O Reino
de Deus é como um homem que joga a semente na terra. A semente é a mensagem
do Reino de Deus. O domínio, o governo e triunfo de Deus em nós, no meio de nós
e na sociedade. A parábola quer mostrar que a semente vem resistindo até mesmo
às nossas incredulidades, aos nossos problemas não resolvidos e também às
nossas impaciências.
Talvez a melhor maneira de
experimentarmos a realidade dessa parábola é começarmos por aquilo que nos faz
mais impacientes. Listemos as coisas das quais já não temos mais paciência.
Lembremo-nos daquela pessoa que gostaríamos que mudasse radical e urgentemente.
Observemos cada situação absurda e injusta que existe em nosso mundo e que nos
causa dor e impotência. Lembremo-nos dos nossos planos não realizados e dos que
frustraram. Agora voltemos o nosso pensamento para a natureza. O seu progresso
que resiste às mais infames agressões.
Marcos foi o único evangelista a registrar
essa parábola. Pode ter sido por causa da briga feia que ele teve com Paulo.
Ele deve ter se lembrado, agora passados alguns anos, do quanto a semente do
Reino cresceu apesar daquela enorme desavença. É algo que tem que acontecer
conosco também. No instante em que as imagens daquela contenda lhe vieram à
mente, ele se lembrou das palavras de Jesus: Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, a semente brota e
cresce, sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois
a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga.
É assim que Deus trabalha nesse mundo. É assim
que Deus trabalha em nós. É a narrativa dramática da encarnação. Deus amou o
mundo de tal maneira que plantou a semente do seu Reino no solo da História da
humanidade. Ele plantou e ainda planta a mesma semente em todo coração que o
escuta. Naquele monte de Jerusalém, que nós chamamos de Calvário, foi lá que de
uma maneira literal ele plantou a si mesmo. Sabemos bem que o mundo não foi o
mesmo depois disso. Apesar de deixar um grupo pequeno de discípulos; uma igreja
inexpressiva e perseguida; um movimento missionário de acanhada penetração, até
hoje esta é a única esperança para o mundo perdido.
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