Ide, portanto, fazei
discípulos de todas nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e Espírito
Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que
estarei convosco todos os dias até a consumação do século. Mateus 28.20
Se quisermos considerar que Mateus foi o único entre todos
os evangelistas que de fato vivenciou todo o drama da Ascensão e do
Pentecostes, temos que considerar também que ele se prestou como o grande
intermediador entre os evangelhos de Marcos e de Lucas. Na narrativa dos
acontecimentos que encerram o seu evangelho, ele não apenas preservou alguns elementos
próprios do evangelho de Marcos, tais como a fuga apressada e o clima de medo
que tomou conta das mulheres que foram ao sepulcro, como também acrescentou o
aspecto da alegria pela ressurreição. Este que vem a ser o item marcante do
evangelho de Lucas e do consequente paradoxo que foi citado neste blog, na
meditação É preciso ir para vir, anterior ao tópico atual, mas que também faz
parte do mesmo conjunto de temas: Ascensão e Pentecostes.
Esta nova combinação de sentimentos nos leva a crer que um estado de espírito, até então não experimentado pelos discípulos, começava a tomar conta deles. Não é ainda o fato gerador da intrepidez e da coragem que marcou a transformação daquelas pessoas e o início da igreja, mas já é um forte indicio que a esperança na ressurreição começava a ser vivida. Os discípulos, neste caso as discípulas, já começavam a acreditar que, acontecesse o que tivesse que acontecer com elas, nada mais seria como antes, pois o autor e consumador da sua fé estava vivo, e, agora, mais presente do que jamais estivera.
Esta nova combinação de sentimentos nos leva a crer que um estado de espírito, até então não experimentado pelos discípulos, começava a tomar conta deles. Não é ainda o fato gerador da intrepidez e da coragem que marcou a transformação daquelas pessoas e o início da igreja, mas já é um forte indicio que a esperança na ressurreição começava a ser vivida. Os discípulos, neste caso as discípulas, já começavam a acreditar que, acontecesse o que tivesse que acontecer com elas, nada mais seria como antes, pois o autor e consumador da sua fé estava vivo, e, agora, mais presente do que jamais estivera.
Vivo e presente. Esta é a tônica do evangelho de Mateus, em
contrapartida àquilo que os outros evangelistas acreditaram ser a despedida final
de Jesus. Ele declara esse aspecto inusitado da sua fé baseado em uma frase que
Jesus deve ter dito várias e várias vezes, o nosso texto base de hoje, mas que
ele deixa para apresentá-la justamente no final, como se essa frase encerrasse
as verdadeiras palavras de despedida que todos gostariam e esperavam ouvir.
Para Mateus, essa frase não é apenas a síntese da síntese da vida e do
ministério de Jesus, ela é a garantia de que suas promessas já começaram a se
concretizar. Por essa razão é que, para ele, tudo mais só deve e só pode ser
considerado a partir dela, como se as últimas palavras de Jesus estabelecessem um
novo recomeço.
Mateus não cita a Ascensão e não faz qualquer menção ao
Pentecostes, porque, na sua visão dos fatos, Jesus nunca os deixou e que, na
realidade, permaneceu com eles sempre, assim como permanece conosco. Não sei no
português, mas na Bíblia a palavra sempre não é o antônimo para nunca. Os
outros três evangelhos podem muito bem explicar essa anomalia linguística, principalmente
tendo em vista a semana em questão, em que tantas situações intermediárias
foram vividas e tantos sentimentos contraditórios foram experimentados.
Um comentário:
Caro amigo Sergio
Já conversamos várias vezes sobre o fato de que CRISTO É MAIOR DO QUE JESUS. Você hoje aborda este tema sem se dar conta."Jesus se ausentou corporalmente para estar presente conosco espiritualmente ". Basta dizer que ao nascer Jesus, o Verbo se fez carne. Quando ascendeu, a carne voltou a ser Verbo. O Edson concorda com esta maneira de se ver a questão.
Você vai além: " Escondeu-se da efêmera realidade secular, para nos apresentar uma realidade muito maior e eterna."
Daí eu não entender sua discordância.
Abração.
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