Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. João 20.21-22
Tendo na lembrança ainda a divisão que se estabeleceu entre os
discípulos de Jesus, enquanto uns o adoraram outros duvidaram, vamos poder
conferir que João, um dos onze que viveram intensamente o período entre a
Ascensão e o Pentecostes, no seu relato não passa a impressão de ter percebido
a chegada do Espírito Santo prometido por Jesus como os demais evangelistas
perceberam. É justamente o escritor mais místico dos evangelhos quem vai dizer
que tudo aquilo transcorreu em um clima sereno e sem grandes alardes.
Para João, Jesus imediatamente após reencontrar seus discípulos pela primeira vez depois de ressurreto, concedeu-lhes o dom do Espírito Santo, sem som de trovão e sem vento impetuoso, mas não sem o legado de uma grande comissão. E é essa comissão transmitida por João que vai se mostrar mais transcendente e mais inesperada que todas as demais, pois coloca sob a responsabilidade dos discípulos a impensável decisão sobre o perdão dos pecados das pessoas: Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos. Em nenhum outro relato, mesmo os de maior magnificência, mostra tão claramente que a revelação do poder de Deus, por ocasião do derramamento do seu Espírito, segue à risca as prescrições proféticas. Os atributos que são conferidos aos discípulos presentes e aos outros que o receberiam mais tarde, é o mesmo que os profetas de Deus possuíam para julgar os reis.
Para João, Jesus imediatamente após reencontrar seus discípulos pela primeira vez depois de ressurreto, concedeu-lhes o dom do Espírito Santo, sem som de trovão e sem vento impetuoso, mas não sem o legado de uma grande comissão. E é essa comissão transmitida por João que vai se mostrar mais transcendente e mais inesperada que todas as demais, pois coloca sob a responsabilidade dos discípulos a impensável decisão sobre o perdão dos pecados das pessoas: Se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos. Em nenhum outro relato, mesmo os de maior magnificência, mostra tão claramente que a revelação do poder de Deus, por ocasião do derramamento do seu Espírito, segue à risca as prescrições proféticas. Os atributos que são conferidos aos discípulos presentes e aos outros que o receberiam mais tarde, é o mesmo que os profetas de Deus possuíam para julgar os reis.
O pano de fundo, contudo, permanece inalterado. Jesus se
achega a um grupo temeroso, que está escondido com medo de sofrer condenação
semelhante a que seu mestre havia recentemente sofrido. E a condição da sua chegada se dá da mesma
forma relatada por outros evangelistas: no cair da tarde. O fato de Jesus se
revelar no lusco-fusco do dia não é estranho na Bíblia. Mas é por demais
estranho o modo como ele transmite a chegada do Consolador e de todas as
virtudes e compromissos que o acompanham, pois esta é uma visão exclusiva de
João. Contudo, tendo-se em vista a expectativa dos cristãos com relação a esse
dom em especial e a importância dada pela igreja nas celebrações, tanto do
Domingo da Ascensão, quanto o Domingo de Pentecostes, passamos a perceber algumas das razões desse evangelista não ser tão lembrado nessas datas.
Por isso acontece assim? Seria um modo de burlarmos a enorme
responsabilidade que nos acarreta a simples aceitação da comissão que, segundo
João, Jesus nos propôs, ou seria pelo fato da sua narrativa, ao se mostrar
menos espetacular, nos coloca em pé de igualdade com tantos outros discípulos
que não iguais a nós, não são do nosso rebanho ou que ainda, mesmo permanecendo na
dúvida, receberam o Espírito da mesma maneira, como foi o caso de São Tomé?
Nenhum comentário:
Postar um comentário