O que é CRISTIANISMO?

Tochas de Nero, Henryk Siemiradzki (1843-1902)
O termo.
De Cristianismo propriamente só se pode falar depois que os cristãos tomaram consciência de ser a única Igreja de Cristo. Desde o princípio do século II essa consciência exprimiu-se no título Igreja Católica, que significa igreja universal. Nesse sentido, para os de fora, a Igreja se apresenta, então, como uma entidade à parte, agora totalmente distinta do judaísmo; Para os de dentro era como um terceiro grupo, distinto tanto dos judeus, como dos gentios.


O termo exato, como conhecemos hoje, não aparece no Segundo Testamento, contudo, há outros que lhe são equivalentes: Reino de Deus e Igreja. No seio da comunidade de fiéis o Cristianismo é conhecido a doutrina: I Tm 6.1 - Todos os servos que estão debaixo de jugo considerem dignos de toda honra o próprio senhor, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados; o caminho: At 9.2 - ...e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.

A origem.
Determinar o momento do nascimento do Cristianismo é uma questão de opção. Para quem aceita, pela fé, que com a vinda de Jesus Cristo a humanidade entrou numa nova relação com Deus, a origem do Cristianismo coincide com a sua atividade. Mas há aqueles que admitem outra coisa, e isso coloca a origem do Cristianismo na fé da comunidade primitiva. Um julgamento puramente objetivo e sem pressuposições jamais poderá ser dado. Embora a historicidade da pessoa e da atividade de Jesus Cristo possa ser provada historicamente, mesmo que seus contemporâneos naturalmente não precisassem de tal prova, ela é uma questão de fé. Assim também a presença do Cristianismo na história pode ser constatada cientificamente, mas a sua verdadeira essência só pode ser conhecida pela fé.

A expansão.
A expansão excepcionalmente rápida do Cristianismo nos primeiro séculos da nossa era foi favorecida por uma série de fatores casuais: a posição favorável da Palestina em relação com os três continentes; a helenização da cultura; a florescência das religiões de “mistérios” e soteriológicas, que criaram um clima propício para uma religião universalista; a expansão do império romano com a sua rede de estradas e sua língua uniforme.

Muitos foram os autores dessa divulgação do Cristianismo. Foram, sobretudo, depois do fim do século I. Menos pelos apóstolos propriamente comissionados para esse fim, e mais pelos próprios cristãos sendo eles escravos, comerciantes e soldados. Falou mais alto ainda a voz dos mártires, dos encarcerados e dos que eram arrastados diante dos tribunais por amor a Cristo. Estes contribuíram muito para a divulgação do Cristianismo, principalmente no fim do século V, pois este havia se transformado de uma pequena seita judaica, no grupo religioso mais numeroso dos países mediterrâneos, tendo, inclusive, avançado até a Irlanda, a Arábia e a Índia.

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