Entrada em Jerusalém, Pietro Lorenzetti |
Parte II
Os pobres o acolheram com a generosidade de quem nada tem. (elogiando)
Olavo Bilac imagina: (lendo o livro)
“Não houve sedas nem cetins nem rendas
no berço humilde em que nasceu Jesus,
mas os pobres trouxeram oferendas
para quem tinha que morrer na cruz”
Foi exilado com Maria e José, como qualquer retirante brasileiro (malandrinho)
ou algum filho da pobreza palestina,
Cresceu. Criança... adolescente culpado sem culpa,
(apenas algumas bobagens como fumar escondido...)
É verdadeira e histórica a sua apresentação ao povo. (com certeza)
Bem assim: a circuncisão
e a visita ao templo, em que ensinou os próprios doutores da lei.
Tudo com o testemunho do povo, (chamando atenção, dando aula)
que não despreza corretas manifestações.
Mais tarde, este mesmo povo, que era o seu,
forjaria um nome digno para ele:
Jesus, filho de David ! (todos louvando)
E justificaria uma linhagem real:
Tem misericórdia de nós ! (todos clamando)
Como Jesus fez sinais que não se imitam,
muitos tentaram transformar o menino num fazedor de milagres.
Alguém relatou, em linguagem questionável, uma narrativa:
Ocês num sabia? Uai ! (como um Jeca Tatu)
O menino Jesus fez um passarim, de barro.
Mordô, ajeitô bem direitim, soprô....fú. Nó senhora !!
E num é que o bichinho avoô !!
(Aguarda platéia se recobrar do riso)
É difícil acreditar em casos que lembrem crendices, (com alegria)
mas se Jesus quisesse mesmo,
o passarinho não voaria? Voaria!
E seria o príncipe de todos os pássaros.
Vamos recordar o Natal (docemente)
e suas velhas emoções que povoam nossa alma
de infância eterna e saudáveis ilusões.
Quem sabe, se não daremos (com entusiasmo)
- mais cedo do que esperamos -
um salto que nos coloque numa festa universal?
Os próprios anjos disseram que era evolução normal:
Alegrem-se de verdade! (sonhador)
Imagine, there´s no haven... (cantando)
Nos disse John Lenon – (com gravidade)
antes de ser calado
por seu sangue derramado
pelo braço desgovernado
e a mente de um agressor.
Imagine... digo eu (sonhador)
O mundo tem como Eixo,
um Deus com olhar de menino
que engole pela retina todo o mundo que sonhou
E o homem desgovernado, (alegremente)
mas que está predestinado a descobrir-se feliz,
aprende novamente a brincar o Carnaval !
ECCE HOMO AFECTUS ! (apresentando com alegria)
EIS O HOMEM AFETIVO !
O Presépio foi a profecia de São Francisco: no passado e futuro. (com contraste)
Jesus e a perfeita unidade:
Céus e terra,
anjos e homens,
homens e animais,
Sábios magos e simples pastores,
ricos e pobres.
Paz na terra entre os homens, (docemente, o Pai acolhendo)
Palavra de Deus pelos lábios dos anjos
e a fidelidade dos seres humanos
OLHOS NOS CÉUS, (olhar ao alto, ombros abertos, )
JOELHOS NA TERRA (contritos, contrai abdômen, se curva)
E A BOCA NO MUNDO (encarando o publico, queixo para frente)
Noite de paz, noite de amor (teclado e coro)Oh! que belo resplendor
Ilumina o menino Jesus
No presépio do mundo, eis a luz
Sol de eterno fulgor, Sol de eterno fulgor
Ilumina o menino Jesus
No presépio do mundo, eis a luz
Sol de eterno fulgor, Sol de eterno fulgor
Sol ! Sol de eterno fulgor ! (poder, grandiosidade)
Jesus, meu Mestre, (atônito)
teu hálito criador
ainda visita as gigantescas esferas mergulhadas num frio astronômico,
insuportável ao ser humano.
Eu tive, não sei se no corpo ou fora do corpo, Deus o sabe,
a espantosa visão de estrelas que coalhavam o céu azul marinho.
Ou seriam acidentes ainda insuperados da explosão formidável do Big Bang,
quando foi inaugurado o Universo?
Sol ! Sol de eterno fulgor ! (grandiosidade, poder)
Olhei, nas lonjuras incalculáveis, um monturo sinistro (ignorância, pequenez)
e não soube como nomear a vastidão daquele cadinho infinito
que acabara de passar por uma metamorfose extraordinária.
Eu nem tinha consciência
de ser uma existência à parte do espetacular poder,
por Deus testado nos abismos desalentados.
Noite de paz, noite de amor (teclado e coro)
Tudo dorme
Entre
Proclamando o menino Jesus
Brilha a estrela da paz, Brilha a estrela da paz
Brilha a estrela da paz... A estrela da paz. (calmaria, acolhimento)
Fiz então o que de melhor me convinha: (recobra controle)
Procurei acalmar-me.
Tive a certeza
de que não poderia ser visitado por tantos conceitos... e por uma linguagem
que me localizava num tempo e espaço
que apenas estavam sendo inaugurados.
Mas sabia que o Autor do que eu via e sentia, (com fé)
dentro e fora de mim,
dirigia aquele teatro cósmico que excedia todas as tragédias.
Concluí que eu mesmo me encontrava no epicentro marcado pela criação (acolhimento)
porque Deus –nome que mais uma vez se formava inteligível em mim
– queria que o poderoso evento fosse testemunhado.
E eu me senti de repente mais que tão somente testemunha,
uma vez que Ele se comunicava comigo e, mesmo sem palavras,
me tratava como cúmplice e amigo.
Brilha a estrela da paz... A estrela da paz. (calmaria, acolhimento)
(continua)
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