A visitação, el Greco |
Quando perguntado sobre a partir de que idade deveriam ser as crianças batizadas, o meu velho pai sempre respondia com outra pergunta: Desde quando uma criança começa a crer em Jesus Cristo? Depois de comprovada a natural e consequente dúvida ele mesmo respondia: João Batista começou a crer no ventre materno. Logicamente fazendo alusão à visitação de Isabel por Maria, quando ambas estavam milagrosamente grávidas.
Mais uma vez me recuso a entrar na milenar discussão sobre o batismo infantil, porém não posso deixar de verificar que a descontextualização da literatura cristã que para esse assunto é absurda. Não falo apenas do repetitivo ciclo das lições doutrinárias da Escola Dominical, que parece não considerar a necessária evolução dos cristãos em todos os períodos da sua vida religiosa, mas também do nivelamento sempre abaixo da capacidade que as nossas crianças têm demonstrado em outros segmentos da vida.
Mais uma vez me recuso a entrar na milenar discussão sobre o batismo infantil, porém não posso deixar de verificar que a descontextualização da literatura cristã que para esse assunto é absurda. Não falo apenas do repetitivo ciclo das lições doutrinárias da Escola Dominical, que parece não considerar a necessária evolução dos cristãos em todos os períodos da sua vida religiosa, mas também do nivelamento sempre abaixo da capacidade que as nossas crianças têm demonstrado em outros segmentos da vida.
Simplesmente lendo este texto acima, o qual foi sugerido pelo Calendário Litúrgico para hoje, não consigo sequer imaginar que Jesus tenha recebido de Maria e de José uma educação semelhante aos parâmetros daquela que administramos nas igrejas às crianças de hoje. Não consigo ver Jesus crescendo desta maneira com as lições das revistas atuais. Por outo lado fica pensando também sobre qual o quesito nos propiciaria ser possível fazer uma avaliação tão positiva como a que o evangelho fez da infância de Jesus: Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
Em uma recomendação que teve por finalidade precípua orientar o comportamento de pessoas quase que estritamente não adultas, o evangelista João na sua primeira carta sugere: I Jo 2.12-14 - Filhinhos, eu vos escrevo, porque vossos pecados vos foram perdoados pelo seu nome. Jovens, eu vos escrevo, porque vencestes o Maligno. Crianças, eu vos escrevo, porque conheceis o Pai. Sem querer parecer tendencioso, tenho para mim que João enfatizou a atitude da criança como a mais importante e a classificou como a geradora das demais. Para ele as crianças tiveram a única atitude que poderia servir de exemplo para que as duas também citadas e tantas outras pudessem ser levadas a cabo: Crianças, eu vos escrevo, porque conheceis o Pai.
Tudo parte daquilo que ensinamos às crianças sobre Deus. Tudo parte do Deus que as apresentamos. Tudo parte do conhecimento que começa a se formar em suas mentes ávidas e curiosas sobre este ser que vai ser definitivo em suas vidas.
É exclusivamente por essa razão que a Bíblia se preocupou tanto em deixar parâmetros para a educação religiosa dos nossos filhos. Não é a toa que ela responde antecipadamente muitas perguntas que os nossos filhos fatalmente nos farão, e uma delas é sobre o conhecimento de Deus. Quem é Deus? Diz o Deuteronômio que quando os filhos dos hebreus faziam aos seus pais essa pergunta, eles respondiam algo assim: Olhe para nós, para a nossa família, veja como somos felizes. Mas antigamente não era assim. Nós éramos muito tristes porque éramos escravos no Egito. Mas Deus , o nosso Deus, nos tirou de lá com mão poderosa e braço estendido para o espanto de todos os povos. Esse é Deus, meu filho. Esse é o nosso Deus.
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