Quod ubique

Criação dos animais, Tintoretto em 1550
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Romanos 1.20

Tudo o que se pode observar nos dias de hoje parece que contraria radicalmente esta frase do apóstolo Paulo. Existe uma unanimidade latente em todos os assuntos que estão relacionados à grande capacidade evolutiva da natureza, como se ela por si só respondesse por todos os eventos que fizeram o nosso mundo chegar ao patamar científico que chegou. Ao espírito humano é atribuído apenas uma força contrária que limita, destrói e por vezes impede que a natureza siga seu curso, sendo que a contrapartida disso tudo nos é devolvido sob a forma de terríveis cataclismos, nunca antes observados.

Para a grande maioria, a evolução há muito já deixou de ser uma teoria, e vigora para sempre como uma das verdades mais absolutas a serem cridas, mesmo que a evolução flagrantemente contrarie regras básicas da física, da mecânica e da biologia. O seu status de veracidade só tende a crescer e a se divulgar cada vez mais. Parece que o Armageddon, que até bem pouco tempo era a luta definitiva das forças do bem contra as potestades do mal, finalmente conhece quem são os verdadeiros oponentes: a natureza do universo criativa e evolutiva de uma lado, e a natureza humana destruidora e involutiva do outro.

Estou bem à vontade para falar desse assunto, porque nunca me posicionei contrária ou favoravelmente pelo criacionismo, embora creia em absolutamente tudo que na Bíblia está escrito. O meu problema está no famoso “Quod ubique, quod semper, quod ab omnibus creditum est”. Em uma tradução mal orientada lê-se “aquilo que todos, em toda parte, sempre acreditaram”. Para mim o problema está no fato de que bastou menos de 100 anos para que uma espiritualidade que era cultivada desde a infância da humanidade, segundo alguns algo em torno de cinco milhões de anos, a crença em uma consciência superior e o reconhecimento da criatura humana como parte de uma inominável criação, fossem completamente contestados, erradicados e substituídos. Não mais quod ubique, a partir de agora será aquilo que Darwin, Nietzsche e Freud nos fazem acreditar.

A própria história faz um julgamento severo quanto às conclusões tiradas em curto espaço de tempo. Afirmam os historiadores que o tempo mínimo para se julgar um governo é de cinquenta anos, antes disso tudo é falácia. Ora, se um conjunto de ações que pode ser avaliado na íntegra por números estatísticos e por opiniões de testemunhas oculares necessita de um período de análise crítica profunda, quanto mais as coisas relacionadas ao desconhecido, ao transcendente e aos fenômenos que presenciamos pela primeira vez. Quando falo de transcendência não refiro apenas às coisas espirituais, falo delas também. Mas falo principalmente das coisas que transcendem ao conhecimento humano, das coisas que não tivemos tempo suficiente e nem amostragem satisfatória para tirarmos uma conclusão minimamente plausível.

O mundo está acabando, nossa geração antecipou o fim, somos inimigos declarados da natureza, o homem é o maior predador que já pisou a superfície desse planeta. Ninguém até agora se deu conta de que o papa do aquecimento global e mentor do efeito estufa declarou que estava completamente errado em suas doutrinas: James Lovelock, patriarca do "aquecimento global", admite: "Eu estava errado. Não há nada acontecendo ainda"! Leia em http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/guia-espiritual-da-turma-do-%E2%80%9Caquecimento-global%E2%80%9D-confessa-era-alarmismo-leia-dilma-antes-de-se-submeter-a-patrulha-no-caso-do-codigo-florestal/

Conta a história que o chefe de uma tribo indígena no Canadá ao morrer fora substituído por seu filho, que desde pequeno morava nos EUA. Seu primeiro teste foi prever qual seria a intensidade de inferno que se aproximava. Com base na precaução, mandou que os índios catassem lenha. Com base na ciência, ligou para o instituto de meteorologia, onde ficou sabendo que o inverno seria rigoroso. Por conta disso mandou que os índios catassem mais lenha ainda, e novamente consultou o mesmo meteorologista, que confirmou o rigor do inverno. Isso se repetiu por vezes seguidas. Intrigado com as afirmações do colega, o meteorologista chefe perguntou ao que era constantemente consultado: Como é que você pode ter tanta certeza que este inverno será rigoroso?  E recebeu a seguinte resposta: Você já reparou na enorme quantidade de lenha que os índios estão estocando?

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