Transfiguração analisada

Transfiguração,  Editorial Missões, 2010
Texto base: Lc 9,28-43

Contexto: Jesus anuncia pela primeira vez a sua paixão e morte, embora seus discípulos ainda não tivessem uma visão clara do que ele estava dizendo. No entendimento deles, o messianismo de Jesus se prestaria para inverter a ordem do poder instaurado na Palestina naquela época.

Finalidade: O texto visa mostrar que aceitar o senhorio de Cristo exige muito mais ação do que contemplação.

Tópicos:
1-   Jesus escolhe três discípulos para subir e orar com ele no monte. Normalmente eram esses os escolhidos. Convém notar que mesmo em um grupo restrito de doze pessoas existem aqueles que mais se evidenciam, daí Jesus contar com eles na maioria das vezes.
2-   Enquanto orava, Jesus transfigurou-se diante deles. O aspecto do seu rosto se alterou e suas vestes resplandeceram. Talvez tenha sido este o modelo do que Paulo mais tarde vai chamar de corpo incorruptível.
3-   Temor é a reação imediata dos discípulos a esta visão, seguida de um êxtase nunca antes experimentado simplesmente declarado na expressão: É bom estarmos aqui.
4-   A contrapartida da experiência espiritual é o suborno do conforto material: Faremos três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.
5-   A ilusão de que se compra o favor de Deus com bens materiais.
6-   A idolatria de julgar que Deus pensa e age com um humano.
7-   A visão egoísta do Reino de Deus.
8-   Da nuvem a voz de Deus insiste para que compreendam o momento singular, apresentando Jesus como seu enviado, enquanto deixa a ordem explicita de ouvi-lo e obedecê-lo.
9-   Jesus desce do monte, porque no vale havia um jovem epilético que precisava dele.

Considerações:
Subiram o monte para orar
Não existe nada de errado em se querer um pouco de privacidade para falar com Deus. Ficar sozinho para orar é uma das recomendações de Jesus sobre a oração. Mas não basta apenas isso. Uma conversa franca, sem chavões ou repetições também são importantes.

Jesus transfigurou-se e suas vestes resplandeceram
Não há nada de errado em seguir a orientação do salmista quando ele diz para contemplarmos a beleza do Senhor. E contemplar a beleza do Senhor significa cuidar devidamente das suas criaturas, principalmente da sua maior criatura. A beleza do Senhor se manifesta através da sua criação.

É bom estarmos aqui
Não há nada de errado em fazermos com que os nossos locais de adoração sejam espaços agradáveis. Por mais que Jesus investisse contra os sacerdotes e intérpretes suspeitos da lei, o templo ainda era o seu lugar agradável. Ainda com sete anos de idade declarou isso aos seus pais terrenos: Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?  É bom estarmos na casa de Deus, principalmente quando temos a consciência de que a casa é realmente de Deus, que não está registrada em cartório no nome de alguém.

Façamos três tendas
Não há nada de errado em criarmos ou ampliarmos os espaços de adoração. A vida comunitária de uma igreja exige este tipo de investimento. O que não deve prevalecer neste caso é o sentido de exclusividade ou de orgulho. A casa de Deus deve realmente se prestar para aquilo que ele a designou: A minha casa será chamada casa de oração e será para todos os povos.

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