Aqui não, aqui tem Deus!

A pequena serva de Naamã, Lucy Diamond
Calendário Litúrgico indica que a leitura de hoje do AT seja II Reis 5.1-15, que narra a cura do general sírio Naamã. É um texto bem interessante de se ler como reflexão pessoal, mas que também tem proporcionado aos pregadores bastante material para as suas meditações. Gostaria de em rápidas palavras analisar de forma sintética a atuação dos personagens ativos que estão diretamente envolvidos nesta história.

O primeiro personagem em questão é uma menina que fora levada cativa para servir como escrava na casa do general. E é justamente ela que eu vou deixar para comentar no final.

Pulemos para o segundo personagem que é o rei da Síria, o vencedor da batalha e dominador de Israel. Sua atuação não tem nada de extraordinário. Ele fez o que qualquer rei opressor faria, exigiria o impossível dos povos conquistados. É impressionante como a religião de Israel impunha respeito naquela região. Todas os povos tinham adivinhos, cartomantes e prognosticadores. Todos os povos tinham feiticeiros, curandeiros e magos. Todos os povos tinham agoureiros, amaldiçoadores e imprecadores, menos Israel. Em Israel Deus não permitia que houvesse senão profetas. E mesmo sendo uma religião tão desprovida de mistérios e magias, era temida e respeitada. E é baseado nessa premissa que o rei sírio ordena que Naamã seja curado por meio de um decreto. Ele sabia bem que se havia alguma possibilidade de Naamã ser curado, era mesmo em Israel.

Depois temos o rei de Israel, vassalo da Síria, que também faz exatamente o que podia se esperar dele. Dá um chilique ao receber tal ordem. Temos que admitir que realmente o que rei sírio pede é absurdo, mas admitir também, que é bastante apropriado ao perdedor reclamar de qualquer exigência condicionada a sua derrota. Quando alguém perde alguma coisa sempre acha que aquilo é tudo de ruim que poderia ter acontecido, e que nada mais há para piorar a sua situação. É justamente na hora que sobrevém as consequências da perda, que se rasga a roupa, que se blasfema, enfim, que se coloca para fora toda a indignação pela circunstância. É justamente nessa hora que se joga toda a responsabilidade do infortúnio em cima da fé, da igreja e da religião, como bem soube fazer esse rei.




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