Concerto de formigas, Glória Délia |
Texto do rev. Jonas Rezende.
No dia 21 de maio de 1991, por volta das dezoito horas, eu me
dirigia para o trabalho na Universidade, atento ao noticiário que ouvia pelo
rádio do carro. Foi quando soube do atentado que matou Rajiv Gandhi. Alguém lhe
oferece flores e, logo em seguida, a bomba camuflada explode. Foi, para mim,
inevitável lembrar do beijo de Judas que sentencia Jesus Cristo à morte.
E difícil entender essas forças diabólicas do nosso mundo;
convulsões que ceifam, por vezes, os melhores, como o nosso Chico Mendes. Ou
levam à destruição homens, mulheres e crianças completamente inocentes e
alheios aos conflitos em que são envolvidos. Sempre que acontecem tragédias
assim, fico pensando sobre os estranhos caminhos escolhidos por aqueles que
desejam implantar seus ideais a ferro, fogo e sangue. Como podem ser tão frios
a ponto de comunicar com aparente orgulho a autoria dos atentados?
Muitas vezes com revolta e outras com misericórdia cristã,
confesso que vejo os terroristas, uns aterrorizados; homens que estão
redondamente equivocados, e que nos fazem lembrar este provérbio de Salomão:
“Há caminhos que ao homem parecem o bem, mas cujo fim é a morte.”
A humanidade vive hoje entre duas alternativas. Ou constrói
a sua utopia, o seu sonho com Deus e os homens de boa vontade, ou conhece o day after, a antiutopia (cacopia) do
terror e da destruição — “o planeta dos macacos”.
Você e eu, todos os homens de bem, somos convocados para
trilhar o “caminho vivo e verdadeiro” que se confunde com a vida de Jesus
Cristo. Nem sempre teremos o sucesso imediato pretendido, mas podemos pensar
como Henfil:
Se não houve frutos,
valeu a beleza das flores; se não houve flores, valeu a sombra das folhas; se
não houve folhas, valeu a intenção da semente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário