Esse é um país que vai pra frente. KKKKK - charge do Pasquim |
Saí do meio dela, ó
povo meu, e salve cada um a sua vida do brasume da ira do Senhor. Não desfaleça
o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra; pois virá num
ano um rumor, noutro ano, outro rumor; haverá violência na terra, dominador
contra dominador. Jeremias 51.45-46 (ARA)
O Oriente Médio no tempo de Jeremias era como um paiol pegando
fogo. No meio desse fogo cruzado Israel se viu cercado por um clima de tensão que
oscilava pela queda do império babilônico e a consequente ascensão do império
persa. O que não faltavam era rumores, opiniões, prognósticos, profecias e
adivinhações. Todo mundo tinha algo a dizer sobre o que iria acontecer, quando iria
acontecer e como iria acontecer. Não faltavam também aqueles que tomavam
partido por um dos lados e se digladiavam contra qualquer um que apresentasse
uma opinião contrária a sua. E aí mandavam prender e arrebentar, nos mesmos moldes
de um exditador brasileiro que atendia pelo nome de João. O profeta Jeremias conheceu bem de perto alguns
tipos que se assemelhavam com ele.
Da parte do Altíssimo Jeremias tinha apenas uma palavra para
que o seu povo, que ainda morava vizinho à região de conflito, se orientasse e
se livrasse de ser tragado pelo turbilhão: Sai
dela, povo meu. No português atual teria dito: Rala peito daí que ai não é sua praia. Mas esta não seria uma saída
motivada pelo medo de que algum dos lados os destruísse. Deus continuava com o
controle total da situação. Mas simplesmente porque Israel não tinha nada que
se envolver politicamente com qualquer das facções. Mais simplesmente ainda
porque Israel não deveria dar atenção aos rumores daqueles que frequentemente mudavam
de opinião. Israel tinha que atentar exclusivamente para a palavra do profeta
que falava em nome de Deus: Sai dela,
povo meu.
Não vejo como não contextualizar essa preciosa profecia. Não
vejo como ao associá-la ao momento do Brasil atual. Não posso tirar outra
conclusão senão que Deus está dizendo nesse momento para o seu povo: Sai dela, povo meu. Saiam dela pastores
do meu rebanho. Saiam dela líderes das minhas igrejas. Saiam dela discípulos do
meu Filho. Deixem essa luta para os cristãos e evangélicos, pois esses
confrontos irracionais são designações daqueles que já se desgastaram e perderam
a esperança no Reino de Deus e foram seduzidos pelas promessas do mundo pagão.
Se pararmos para contar a diversidade de opiniões, rumores e
prognósticos que se nos apresentam e colocássemos, ainda que por breves
momentos, na pele do profeta de Deus, saberíamos com exatidão a força que
permeia essas palavras e a sabedoria que ela encerra: Sai dela, povo meu.
Perdemos a conta das vezes que a igreja, ainda que uma
pequena facção dela, se deixou atrair pelo poder e deu literalmente com a cara
no chão. Basta ver o que desserviço ao evangelho presta a famigerada bancada
evangélica no Congresso ou dar uma rápida olhada no governo da cidade do Rio de
Janeiro para cegamente entrar na de Jeremias.
Sai dela, povo meu antes que a população inteira lhe veja
como cúmplice ou mesmo colaboradora de
algo que está fadado ao escândalo e à fatalidade.
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