Lutero diante de Carlos V na Conferência de Worms |
Que se me convençam
mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão, porque não
acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado
amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada
Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra
de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer
algo contra a consciência não é seguro nem saudável. Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!
Martinho Lutero
A Dieta de Worms seria como que o reduto final para a
sobrevivência daquele que já vinha sendo ferozmente perseguido pelo Papa Leão X
e pela igreja dominante. Não era para menos, posto que Lutero, em resposta ao
documento papal que exigia a sua retratação, em praça pública queimou a carta
que o pontífice o enviara.
Isso causou uma enorme crise política entre Roma e a
Alemanha. Daí, Carlos V, o rei do que chamamos hoje de Alemanha, convocar uma
conferência cujo objetivo principal era fazer com que Lutero renunciasse e se
retratasse dos crimes que havia cometido contra a citada igreja, pelo que vinha
pregando e escrevendo sobre em favor da Reforma Protestante.
Ainda que não tenha ficado claro, a resposta de Lutero, texto
acima, o livrou temporariamente da pena de morte, mas não da excomunhão, o que
para um clérigo, nas circunstâncias da época, não fazia muita diferença.
Ainda temeroso pela vida do monge, Frederico o capturou e o
manteve escondido por uma ano no Castelo de Wartburg, onde se supõe ter escrito
Castelo Forte, o que para nós hoje é o hino oficial da Reforma. O hino, baseado
no salmo 46, revela a confiança do salmista na providência divina: Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro
bem presente na angústia. Lutero soube bem traduzir o espírito do salmo,
quando deixou registrado: O Príncipe de
Mal / Com seu plano infernal / Já condenado está / Vencido cairá / Por uma só
palavra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário