Resistência: o caminho da esperança

A viúva e o juiz por John Everett
O texto que narra o embate da viúva com um juiz iníquo abre uma lacuna na pregação de Jesus. Ele expõe uma situação totalmente contrária à novidade de vida que o evangelho vem propor. O que a parábola descreve é uma autoridade venal, que precisa ser vigiada pelo povo, que não se pode deixar agir livremente. Então, o que é que Deus tem a ver com isso? A parábola diz: prestem atenção no que aquele juiz iníquo disse. Já de saída se estabelece aqui um oximoro: juiz iníquo. Juiz é, ou pelo menos deveria ser, aquele que julga com imparcialidade, com autoridade, por fim, com justiça. Mas Jesus sabia que as coisas não funcionavam exatamente assim, por isso ele nos diz para ficarmos atentos à decisão que a mediocridade o forçou a tomar. Jesus nessa parábola nos dá uma arma eficaz contra a iniquidade das autoridades constituídas. A perseverança, a insistência, o não esmorecimento, ligados a Deus. Por isso é que a ênfase no evangelho não é a segunda vinda de Cristo, e sim a primeira. Não é Jesus virá, e sim Jesus já veio. Para Jesus, confiar na providência de Deus é muito mais do que contemplações e louvores. É muito mais do que expectativa de uma volta. É a esperança demonstrada em ações concretas em direção a uma realidade que ainda não é visível aos olhos humanos, mas que existe na sua plenitude aos olhos da fé. É nunca esmorecer no caminho que vai da resistência à esperança.

Leituras: Lucas 18.1-8 e Romanos 5.1-5

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