Ressurreição, AccasFilm |
Texto baseado em sermão do reverendo Garrison especialmente para mim, hoje.
Posso lhes fazer umas perguntas pessoais? Qual é o objetivo
de sua vida? O que impede você de ser a pessoa que sempre procurou ser? Quem
impede você de fazer aquilo que sempre quis fazer? O que é ou quem é que lhe
impossibilita: uma situação ou alguma pessoa? É um impedimento físico? Alguma
circunstância decidindo por você? O que debilita seu sonho? O que enfraquece
sua coragem?
Agora me permita ir um pouco mais fundo. Você algum dia
pensou que poderia ser diferente? Algum dia no futuro você projetou outra vida
diferente da que está vivendo hoje? Existe de fato alguma esperança para que
este embaraço desapareça? Existe mesmo alguma abertura nestes obstáculos ou você
está condenado a viver a vida que tem vivido para sempre? Não há esperança
alguma sequer?
Estas questões nos ajudam muito a entender o moral dos
seguidores de Jesus após a sua crucificação. Era um dia difícil para todos
eles. É impossível para alguém hoje perceber a extensão do desânimo e do desespero
deles. Não viam qualquer saída. As suas vidas acabaram mesmo depois que Jesus
morreu.
Todos sabemos que a vida tem limitações, e a maior delas é
justamente a morte. Aquela cruz significava o pior que a humanidade poderia
fazer com o melhor homem de toda a história. Aquela cruz excruciante tinha
acabado com a vida mais abundante e mais abençoada que o mundo jamais conheceu.
E que fez isso? Foi a morte. A morte em conspiração com a maldade humana tinha
acabado com o maior amor que já existiu entre nós. E se isso pôde acontecer ao
seu Mestre, se isso aconteceu com o Messias, então que esperança teriam eles? O
sonho do Reino de Deus para eles havia acabado de acabar. O que se passava no
coração daquelas pessoas, não somente dos discípulos, mas de todo mundo? A
fúria contra o que os homens tinham feito contra Jesus Cristo. O remorso das
suas consciências pela sua própria covardia, pois todos fugiram, especialmente
Pedro. A consternação que eles tinham contra Deus que tinha permitido acontecer
isso. Deus poderia ter evitado? Então por que Cristo morreu?
Tudo isso martela implacavelmente a consciência de todos os seus
seguidores. Eles o tinham amado, agora perderam tudo. As dúvidas logo surgiram:
ele é o Messias ou não? Não era ele quem iria redimir Israel? Não era ele quem
iria trazer o Reino de Deus até nós? As velhas questões e os velhos medos
tinham voltado repentinamente para encher o vaso de esperança que tinha deixado
o Senhor crucificado.
Não há como não se apiedar deles. Eram os três dias mais
tristes de suas vidas. Seus corações doíam com amarga angústia e seus corpos sofriam
com a aflição da morte do Senhor. Realmente chegara o fim. Não havia mais nada
a fazer, senão providenciar um enterro digno e imaginar aquilo que poderia ter
sido, mas não foi. Este é o nosso texto bíblico de hoje. Algumas das mulheres
que o seguiam, domingo bem cedo foram a sepultura e no caminho diziam:
— Quem vai tirar para
nós a pedra que fecha a entrada do túmulo? Quem mesmo? Os discípulos fugiram. Os soldados romanos?
Aquela pedra nos faz lembrar as barreiras insuperáveis da
vida, e todo mundo as tem. Claro que tem. Então me deixem perguntar: Quais são
as suas? É uma situação que você prefere não enfrentar? É uma pessoa que você
não consegue amar? Talvez um inimigo? Qual é a barreira que não permite que
você seja a pessoa que sempre desejou ser? É um problema que não tem solução? É
um vício? Uma falha de caráter?
Existem muitas coisas na nossa vida que temos a certeza que
nunca iremos resolver. Elas ficam numa berlinda. Nós não mexemos com elas.
Existem coisas que simplesmente não se desfazem. Vocês já pensaram assim? (continua)
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