Renovação do Batismo

Faria isso mil vzs, se preciso fosse! (SIC) a batizando
Ide, portanto, fazei discípulos entre os já convertidos, re-batizando-os em nome do Lucro, e do da Exploração da Fé, e do Espírito Enganador. Mateus 1º os teus

Tem coisas que nunca deveriam ser postadas no Facebook, jamais no meu. Uma delas é essa imagem do maior descalabro que um dia já aconteceu na igreja dos meus avós, da minha mãe, onde nasci e fui doutrinado na sã doutrina para ser ministro do Evangelho. Mas é mais do óbvio que não foi para esse evangelho da foto. 

Por acaso eu conheço esta moça que está sendo re-batizada na foto, fui ao seu casamento e acompanhei durante um bom período o seu bom desenvolvimento, tanto seu, quanto da sua família na igreja, mas principalmente do seu filhinho, que era aluno assíduo da Escola Dominical. Por todas esses relevantes detalhes, eu lhes digo: foi preciso muita desconstrução, muita falta de espírito cristão e total escassez do ensinamento de Wesley para fazer com que ela tomasse tal atitude. 

Sinceramente, eu não sei onde se pretende chegar com esses arremedos neopentecostais nas igrejas tradicionais. Da mesma forma, não sei o que esses pastores estão fazendo nessa igreja. Eles ganhariam bem mais e fariam bem mais adeptos se organizassem a sua própria igreja, ou se engajassem um trabalho já iniciado. Com toda a certeza eles granjeariam um número muito maior de fiéis para as suas peregrinações à Terra Santa, Terra do Nunca, às Mil e Uma Noites ou ao raio que os parta. 

Só tem uma coisa: essas outras pessoas não postariam suas fotos em trajes ridículos no meu Facebook, e eu poderia muito bem terminar a meditação que dei início no último domingo.

Porém, utilizando de toda boa vontade que ainda me resta, vou tentar descobrir qual seria a necessidade de um re-batismo, e, principalmente, que este fosse realizado por imersão, e nas águas do rio Jordão.

Quem lá foi batizado?
Jesus, aquele a quem o próprio ministro da cerimônia de batismo alegou não ser digno de desatar as suas sandálias. Aquele mesmo Jesus, cujo batismo na água foi totalmente irrelevante, diante da confirmação de um batismo muito mais evidente que veio dos céus. Se não me falha a memória eu penso que foi João Batista quem relativizou completamente o seu próprio batismo, assim como o batismo naquelas águas, quando disse: Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

Os discípulos de João Batista também foram batizados naquele rio. O curioso nesta história é que a grande maioria dos discípulos de João logo se tornaram discípulos de Jesus, recebendo da mesma forma o batismo do Espírito, do qual o batismo das águas, de qualquer água, é um mero simbolismo. Um sacramento visível de uma graça invisível. Convém lembrar que o símbolo nunca é maior do que aquilo que ele representa.

Disse a maioria, porque alguns desses discípulos de João ainda hoje sobrevivem. Eles são chamados de mandeus, por seguirem o Mandeísmo, uma seita pré-cristã que venera como seu profeta maior nada menos que João Batista. Esses ainda são batizados lá.

Não temos notícia de qualquer um dos doze ou dos setenta discípulos de Jesus, ou ainda que um dos cento e quarenta e quatro mil do Apocalipse desceram àquelas águas.

Falando ainda sobre o batismo de João, no Jordão, quero ressaltar o diálogo que Paulo, o apóstolo, teve com alguns discípulos de João Batista que encontrou em Éfeso: Atos 19 -  Quando vocês creram, vocês receberam o Espírito Santo? Eles responderam: — Nós nem mesmo sabíamos que existe o Espírito Santo. Então que tipo de batismo vocês receberam? — perguntou Paulo. — O batismo de João Batista! — responderam. Então Paulo disse: — João batizava aqueles que se arrependiam dos seus pecados. E também dizia ao povo de Israel que eles deviam crer naquele que havia de vir depois dele, isto é, em Jesus. Depois de ouvirem isso, aqueles homens foram batizados em nome do Senhor Jesus.

“Pera” lá. Primeiro veio o de João. Depois sim, veio o de Jesus. Primeiro o arremedo, depois então, o batismo definitivo. Não parece que estamos fazendo o caminho inverso? Não parece que estamos invalidando o primeiro e único batismo que recebemos um dia, e através do qual nos tornamos, sem qualquer mérito, concidadãos do Reino de Deus?

Ainda bem que me resta o consolo das palavras da moça da foto: Faria isso mil vzs, se preciso fosse!

Moça, ir a Israel deve ser muito bom, mas re-batismo é anti-bíblico, totalmente desnecessário, e você fica muito melhor em trajes normais na foto da Escola Dominical! Desculpe-me por ser um metodista honesto.

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