Formigas X tamanduá, Cindy Luttrell |
Texto do rev. Jonas Rezende.
Este antigo
registro dá algumas pistas para a nossa ação nos dias de hoje. Note como o
texto destaca o cooperativismo: “um ao outro ajudou”. Em nossa sociedade de consumo
e de disputas selvagens, onde está sacramentado o lema “salve-se quem puder'’,
a manifestação de companheirismo que o texto nos passa merece, para mim,
destaque especial.
Martin
Luther King afirmou com profunda consciência: “Ou aprendemos a viver juntos
como irmãos ou pereceremos juntos como loucos.” Sempre que leio esse texto
bíblico me vem à lembrança o lema dos três mosqueteiros, de Alexandre Dumas,
que por sinal eram quatro: “Um por todos e todos por um.”
Mas repare
como o texto também nos fala do valor do estímulo mútuo, em nossas lutas
comuns. Um dizia ao outro: “Seja forte.” Não se trata de colocar alguém no
colo, com paternalismo, e sim de provocar o potencial adormecido, diante dos
desafios inadiáveis. Maurice Maeterlinck, em seu livro A Sabedoria e o Destino,
fala com beleza poética sobre a relação entre os que estão preocupados em viver
o amor concreto. Diz Maeterlinck: “Não amemos de dó quando pudermos amar por
amor; não perdoemos por bondade quando podemos perdoar por justiça; não aprendamos
a consolar quando podemos aprender a respeitar.”
O mais
intrigante neste texto, para mim, é o fato de que ele retrata a atitude de
inimigos do povo de Deus, na Bíblia — os chamados pagãos! E esta é a sua lição
maior. A busca da verdade e os acertos não respeitam história ou geografia. A
ação divina não se restringe aos nossos esquemas; ninguém é dono de Deus por
usucapião...
Mário Vargas
Llosa coloca nos lábios de um personagem de seu livro Conversa na Catedral a
seguinte observação: “Porque no bordel você está mais perto da realidade do que
no convento.” Jesus Cristo é ainda mais contundente quando diz aos fariseus:
“As prostitutas chegarão no Reino dos Céus antes de vocês.”
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