O fim do mundo I

A destruição do Templo, Nicolas Poussin em 1637

Jesus respondeu: — Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer fingindo ser eu, dizendo: “Eu sou o Messias” ou “Já chegou o tempo”. Porém não sigam essa gente. Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto. Leia Lucas 21.5-19

O mundo de hoje é um barril de pólvora. A tensão entre Israel e Irã parece nunca ter fim. O número de mortos na Síria já se compara ao das vítimas do tsunami. A África nunca conheceu um dia sequer de paz. Será que, como muitos dizem, estes são os sinais de que o fim do mundo está mesmo chegando? Muitos planejam as suas vidas com base neste evento cósmico. Sobre muitos paira este desespero pelo fim do tempo presente. A escalada do mal está frustrando as expectativas de muita gente e causando um enorme e contagiante desânimo. Perguntas que não faríamos anteriormente somos obrigados a fazer hoje: Por que a maldade cresce tanto? Por que as guerras nunca têm fim? Será que este mundo tem importância para Deus? Até quando teremos que esperar a intervenção dele com um julgamento justo obre o pecado humano?

A situação internacional não nos ajuda em nada, pelo contrário, atrapalha em tudo, pois o começo de uma nova guerra e até de uma guerra mundial é sempre iminente. Isso tudo se torna uma luta pessoal na intenção sermos cristãos autênticos numa cultura secular. Sentimos a angústia daqueles que nos circundam e os nossos problemas cotidianos parecem insuperáveis. O que diríamos, então, se vivêssemos em um país em guerra? Não é de estranhar que muitos pensem que estamos no fim dos tempos. Há momentos em que nós mesmos gostaríamos de ver a volta de Cristo para realizar o último ato do drama da humanidade. Verificamos que o texto de Lucas foi escrito para tempos como o nosso, e para pessoas como nós, mesmo assim não é nada fácil entendê-lo.

Temos que considerar quem era o povo para quem Lucas escreveu seu evangelho. O significado que as suas palavras tiveram para eles e o que elas dizem para nós hoje. Ele escreveu para os cristãos gentios que, por volta do ano 80, estavam sofrendo perseguições terríveis. Também estavam assediados por todos os lados por falsos profetas marcando a data para o fim do mundo. Era essencial que eles compreendessem o que Jesus havia dito sobre o fim dos tempos na sua última semana aqui na terra, pois eram essas as palavras que continham a única fonte de águas limpas para as suas esperanças. Nesse texto de Lucas Jesus nos dá uma palavra clara sobre o fim e nos diz como devemos viver até lá.

Vamos examinar duas facetas dessas palavras, e a primeira é a seguinte: Muitas das coisas que consideramos como o fim de tudo, se vivêssemos nos Líbano ou na Síria teríamos a certeza de que é o fim mesmo, foram apenas um novo começo de Deus. Aquilo que definimos como e espasmo da morte pode ser tão somente o choro de uma nova criança nascendo. Então, mesmo atravessando tragédias pessoais e tragédias globais nós não devemos considerar como o fim. Pelo contrário, nos devemos antecipar, nós devemos estar preparados para o que Deus está pronto a fazer, apesar do pior que a humanidade pode fazer. Este é o impulso da mensagem de Jesus. Ela não traz um otimismo inconsequente e nem um desespero fatalístico.

O otimismo do texto está apenas naqueles que admiravam a beleza do templo: Lc 21.5 - Algumas pessoas estavam falando de como o Templo era enfeitado com bonitas pedras e com as coisas que tinham sido dadas como ofertas.  Jesus nunca deu atenção ao espalhafato daquela que foi considerada a maior das realizações humanas, pelo contrário, ele apontou a sua precariedade: Lc 21.6 - Chegará o dia em que tudo isso que vocês estão vendo será destruído. E não ficará uma pedra em cima da outra. Que profecia é essa? Algumas daquelas pedras pesavam mais de seiscentas toneladas, enquanto que a maior pedra das pirâmides pesa apenas onze toneladas. Não foi a toa que isso desanimou os seus discípulos tanto que eles lhe perguntaram: Lc 21.7 - Mestre, quando será isso? Que sinal haverá para mostrar quando isso irá acontecer? A resposta de Jesus é realista e honesta e no meio dela rompe a esperança: Lc 21.9 - Não tenham medo quando ouvirem falar de guerras e de revoluções. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Mas isso não quer dizer que o fim esteja perto.

Haverá guerras? Sim! Um país atacará o outro? Sim! Haverá tremores de terra? Sim? Haverá fome? Sim! Haverá epidemias? Sim! E este é o versículo chave para o nosso entendimento: Não tenham medo. Pois é preciso que essas coisas aconteçam primeiro. Marcos, falando sobre o mesmo assunto, disse: Essas coisas são como as primeiras dores de parto. Coisas piores possíveis acontecerão, a destruição do templo é apenas uma delas, e se repetirão várias vezes por muito tempo. Apesar disso não será o fim, por isso não sigam os falsos profetas que dizem que é o fim. Deus nunca estará concluído. 

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