O que é LIBERDADE?

Saída dos hebreus do Egito, de http://sombradoonipotente.blogspot.com.br
Ao termo liberdade podem corresponder três noções distintas: o estado do homem livre em oposição à escravidão, a liberdade moral do livre arbítrio e o evangelho como a lei perfeita da liberdade: Tg 1.25 – Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas fala mais de uma vez em dar operoso praticante, esse será bem aventurado no que realizar.

Como noção jurídica e política distingue-se da escravidão. O Primeiro Testamento fala mais de uma vez em dar liberdade aos escravos. Tal gesto é motivado pelo fato de ter o próprio Israel sido escravo no Egito, e de Iahweh o ter libertado da casa da servidão. Toda a história do Êxodo é interpretada como uma libertação das garras do Egito. Dessa liberdade política toda a nação é testemunha ainda. Ao mesmo tempo que prepara o sentido ético e religioso da liberdade como salvação de Iahweh.

No Segundo Testamento o sentido ético é suposto pela prepotência dos fariseus: Jo 8.33 – Nunca fomos escravos de ninguém; como, então, podeis dizer: sereis livres? São Paulo aconselha aos escravos que tenham que tenda, à liberdade, embora do ponto de vista cristão a diferença entre escravos e livres praticamente não existia. Assim como a expressão “escravos e livres” continua a totalidade do gênero humano. São Paulo usa também a oposição entre os dois filhos de Abraão, um da escrava e outro da mulher livre, para construir a sua alegoria das duas aliança: GL 4.22 - Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da livre.

A liberdade política e social dos gregos tem por fundamento a possibilidade da pessoa agir por conta própria, isto é, o livre arbítrio. Já os judeus tinham como regra que o homem livre é responsável pelos seus atos. Fala-se também sem obstinação voluntária, pela qual os pregadores do erro se tornam escravos da perdição. 2 Pe 2.19 -  Prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor. O pecado não significa  pecado, porém, não significa um fatalismo, pois o homem que peca entrega-se por uma ato livre,

No Segundo Testamento a noção de liberdade ganhou uma noção inteiramente nova. A liberdade que possuímos em Cristo Jesus significa uma liberdade redentora do espírito de escravidão e de medo. Assim mesmo, a noção cristã de liberdade forma o pleno desabrochamento de uma realidade que, em essência, já estava presente no Primeiro Testamento. Ex 13.14 - Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O SENHOR com mão forte nos tirou da casa da servidão.Trata-se de uma tríplice libertação: do pecado, da lei que aumenta a consciência do pecado, e da morte que é o salário do pecado.

Todo o mundo criado será libertado do cativeiro da corrupção para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Rm 8.21 - Na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Essa tríplice libertação apresenta ainda as seguintes qualidades: ela é operada por Jesus através do batismo: Rm 6.17 - Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; ela consiste em renunciar completamente toda a justiça adquirida pelos próprios méritos: Rm 10.3 - Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus; ela significa uma verdadeira vocação, um convite ativo a cada indivíduo: Gl 5.13 - Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Ela também determina que a vida cristã seja de acordo com a lei do Espírito, pois o Senhor é o Espírito, e onde há o Espírito do Senhor, aí há também a liberdade.

Por esta razão o cristão se distancia do mundo e das paixões da carne. Afinal ela culmina no paradoxo da escravidão voluntária por amor. Por esta liberdade o homem se torna servo de Deus em laços sagrados: I Pe 2.16 - Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus, e escravo de todos por bondade e não por amor fingido: I Co 9.19 - Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.

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