A volta do filho pródigo de Rembrandt |
Adaptação do sermão do Rev. Garrison com o mesmo nome.
Estamos celebrando o Dia dos Pais, uma data que apesar de
não ter o mesmo apelo do que o Dia das Mães provoca intenso movimento no
comércio, no ensino pré-escolar, nas igrejas evangélicas e nas famílias tradicionais.
Nessas últimas acontecem verdadeiros banquetes com a família reunida em alegre
celebração. Jesus para traduzir a experiência da plenitude do Reino de Deus o
fez comparando-o a um banquete com magnitude infinitamente maior. O que ficou conhecido como banquete
messiânico. O que significa participar desse banquete senão conhecer a graça de
Deus e se deixar envolver por ela? Significa viver constantemente na presença
do Pai eterno.
Nos evangelhos não existe nada mais apropriado para nos
inteirarmos dessa realidade do que a parábola dos três pródigos relatada em
Lucas 15. Por que três e não um, que é a parábola do filho rebelde? Pela
própria definição da palavra pródigo, que quer dizer esbanjamento, e dela podemos
extrair três exemplos de esbanjamento.
A primeira, representada pelo filho mais moço, que desperdiçou
a sua herança em uma vida dissoluta. O esbanjamento de tempo, de recursos financeiros
e de energia caracteriza uma vida pródiga em gastar. Uma dissipação de uso.
A segunda, protagonizada pelo filho mais velho, que havia
ficado em casa, sinaliza o esbanjamento do desuso. Se existe o pródigo em gastar
tudo, existe também o pródigo em reter tudo. Existe nele toda a vontade latente
de ir para a terra distante, como fez seu irmão, mas a sua vontade de ajuntar
para si foi maior.
A terceira definição de pródigo, aqui representada pelo pai,
caracteriza o esbanjamento da generosidade. Aquele que está pronto a oferecer
tudo, inclusive a si mesmo, sem esperar nada em troca.
Jesus quis dizer que seu Pai é como aquele pai da parábola,
correndo para encontrar com os seus filhos perdidos em suas prodigalidades
nefastas. Esse perfil de Deus contraria radicalmente o pensamento do Primeiro
Testamento, onde é o homem que corre desesperadamente atrás de Deus. Essa é a
revolução que Jesus Cristo veio anunciar. Deus não está no céu, longe e para além
dos esforços humanos. Deus está à espreita para receber de volta qualquer filho
que manifeste o desejo de voltar para a casa paterna.
Deus está correndo atrás de cada um de nós, cujas vidas têm
sido dissipadas em usos e desusos, em desperdício e usura, em rebeldia e em
obediência interesseira. Mas Jesus nos lembra também que Deus quer abraçar
pessoas pelos braços daqueles que já foram e que se sentem abraçados.
Deus está dizendo para os filhos pródigos: venham para o meu
banquete. A mesa está posta. Venham celebrar com alegria e sem constrangimento
esse dia, que é o dia do abraço do pai que é prodigo em amar e aceitar sem restrições
ou condicionamentos todos aqueles que simplesmente anseiam voltar para casa.
2 comentários:
O rev. Garrison é o mesmo que pregava e fazia quadros dos seus sermões? Se sim, eu o tenho em minha memória. Abraos.
O rev. Garrison é o mesmo que pregava e fazia quadros dos seus sermões? Se sim, eu o tenho em minha memória. Abraços.
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