Com a b... de fora

Moisés se insinuando como milagreiro. 
Eles irão meio nus e descalços, com as nádegas descobertas, trazendo assim vergonha para o Egito. Então aqueles que confiavam na Etiópia e que se gabavam do Egito ficarão desiludidos e decepcionados. E os povos que vivem no litoral do mar Mediterrâneo dirão: “Vejam só o que aconteceu com aqueles em quem nós confiávamos e a quem fomos pedir proteção contra o rei da Assíria! E, agora, como é que nós vamos escapar?” Isaias 29.4-6

Está circulando na internet, inclusive por meio de páginas de cristãos metodistas, uma imagem de um ser angelical, que supostamente seria a imagem de Jesus Cristo, dando a mão a um candidato à presidência, dizendo-lhe o seguinte: Segure em minha mão capitão... ainda temos que salvar um país inteiro (sic). De antemão quero dizer que a imagem não é de todo equivocada, pois vejo que o sujeito em questão está mesmo afundando e necessita com urgência de alguém que lhe tire do mar putrefato em que sempre se encontrou.

Um colega desse tal de Isaías, aquele que responde na Bíblia pelo nome de Jeremias, disse algo que é do conhecimento de muita gente: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!  Jeremias 17.5 (ARA) O que Jeremias talvez tenha se esquecido de dizer é que aquele que se predispõe a servir de objeto de confiança de incautos, também é maldito e maldito de uma forma bem mais contundente. Em um grau bem mais elevado. Jeremias pode ter se esquecido, mas Isaías não. É nosso texto base.

Isaías está falando para o povo de Israel no exato momento em que esse foi pedir socorro contra um inimigo feroz, justamente a quem não tinha capacidade de socorrer sequer a si mesmo. O profeta não precisou recorrer a uma grande inspiração divina para concluir que o “salvador da pátria” sairia do embate contra o inimigo, para a decepção de todo o povo, derrotado, humilhado, perplexo e, literalmente, de b... de fora. Perdoem-me por me valer de uma expressão tão chula, mas encontrei outra mais apropriada na nossa literatura corrente.

Além da ausência da vírgula e do emprego equivocado das reticências no texto da imagem, tenho que presumir que a pessoa que a criou e o povo que se chama de evangélico que a está divulgando estão necessitando de leitura bíblia com a máxima prontidão, posto que um erro de avaliação de tamanha desordem não tem como passar impunemente.

Já não questiono mais as discrepâncias que existem entre as propostas de tal candidato e a mensagem do evangelho, pois elas são mais do que evidentes. A questão que agora se apresenta é mais pungente, pois não se trata mais do esquecimento e sim da subversão da mensagem da cruz de Cristo. Cristo, em toda a História, jamais se valeu a salvadores da pátria e nunca compactuou com aqueles se insurgem como bastiões derradeiros da redenção. Mas uma coisa Jesus não se cansou de fazer: Conscientizar seus discípulos de que a única coisa que realmente liberta é a verdade e qualquer outro ser, seja na terra, seja no céu, que pretender mostrar outra face que não seja o evangelho da verdade, no dizer de Paulo, o apóstolo, seja amaldiçoado.

O povo evangélico que se cuide. Deveria ler com atenção o que aconteceu a Moisés nas águas de Meribá (Números 20). Mas que se cuide muito mais o capitão caudilho. Esse eu sei que nem sabe onde fica o livro de Números na Bíblia, mas ele deveria saber que se existe uma figura em que em todo texto bíblico que não encontra a mais sutil válvula de escape é aquela que se insinua como milagreiro, pois Deus é um Deus zeloso e não admite dividir a glória que é sua com mais ninguém.

Eu sou Iahweh, esse é o meu nome! Não cederei a outro a minha glória, e nem a minha honra aos ídolos. Isaías 42.8 (Bíblia de Jerusalém)

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