Moisés se insinuando como milagreiro. |
Está circulando na internet, inclusive por meio de páginas
de cristãos metodistas, uma imagem de um ser angelical, que supostamente seria
a imagem de Jesus Cristo, dando a mão a um candidato à presidência, dizendo-lhe
o seguinte: Segure em minha mão capitão...
ainda temos que salvar um país inteiro (sic). De antemão quero dizer que a
imagem não é de todo equivocada, pois vejo que o sujeito em questão está mesmo
afundando e necessita com urgência de alguém que lhe tire do mar putrefato em
que sempre se encontrou.
Um colega desse tal de Isaías, aquele que responde na Bíblia
pelo nome de Jeremias, disse algo que é do conhecimento de muita gente: Maldito o homem que confia no homem, faz da
carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!
Jeremias 17.5 (ARA) O que Jeremias talvez tenha se esquecido de dizer é que aquele
que se predispõe a servir de objeto de confiança de incautos, também é maldito
e maldito de uma forma bem mais contundente. Em um grau bem mais elevado. Jeremias
pode ter se esquecido, mas Isaías não. É nosso texto base.
Isaías está falando para o povo de Israel no exato momento
em que esse foi pedir socorro contra um inimigo feroz, justamente a quem não
tinha capacidade de socorrer sequer a si mesmo. O profeta não precisou recorrer
a uma grande inspiração divina para concluir que o “salvador da pátria” sairia do
embate contra o inimigo, para a decepção de todo o povo, derrotado, humilhado, perplexo e, literalmente, de b... de fora. Perdoem-me por me valer de uma expressão tão chula, mas encontrei
outra mais apropriada na nossa literatura corrente.
Além da ausência da vírgula e do emprego equivocado das
reticências no texto da imagem, tenho que presumir que a pessoa que a criou e o
povo que se chama de evangélico que a está divulgando estão necessitando de
leitura bíblia com a máxima prontidão, posto que um erro de avaliação de
tamanha desordem não tem como passar impunemente.
Já não questiono mais as discrepâncias que existem entre as
propostas de tal candidato e a mensagem do evangelho, pois elas são mais do que
evidentes. A questão que agora se apresenta é mais pungente, pois não se trata
mais do esquecimento e sim da subversão da mensagem da cruz de Cristo. Cristo, em toda a História, jamais se valeu a salvadores da pátria e nunca compactuou com aqueles se insurgem como bastiões derradeiros da redenção. Mas uma coisa Jesus não se cansou de fazer: Conscientizar seus discípulos de que a única coisa que realmente liberta é a verdade e qualquer outro ser, seja na terra, seja no céu, que pretender mostrar outra face que não seja o evangelho da verdade, no dizer de Paulo, o apóstolo, seja amaldiçoado.
O povo evangélico que se cuide. Deveria ler com atenção o
que aconteceu a Moisés nas águas de Meribá (Números 20). Mas que se cuide muito
mais o capitão caudilho. Esse eu sei que nem sabe onde fica o livro de Números
na Bíblia, mas ele deveria saber que se existe uma figura em que em todo texto
bíblico que não encontra a mais sutil válvula de escape é aquela que se
insinua como milagreiro, pois Deus é um Deus zeloso e não admite dividir a glória
que é sua com mais ninguém.
Eu sou Iahweh, esse é o meu nome! Não cederei a outro a minha glória, e
nem a minha honra aos ídolos. Isaías 42.8 (Bíblia de Jerusalém)
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