Marta e Maria, Jacques Pilliard |
Texto do reverendo Jonas Rezende.
Se você ler com atenção todo este episódio do Evangelho, vai
ver que Jesus denuncia o ativismo nervoso de Marta e enaltece a contemplação
extasiada de Maria, em sua visita ao lar de Betânia.
É claro que Cristo valoriza o engajamento político, a
vocação para abraçar uma causa, viver e morrer por ela. Ele também age assim.
Aliás, todo o trabalho desempenhado com dignidade é valioso aos olhos de Deus.
Você quer ver? O lar de Betânia é um bom exemplo. Maria se comporta como uma
contemplativa. E Marta é a ativista incansável. O irmão Lázaro se faz o homem
que evoca o milagre da Vida. Simão, “o leproso”, pai da família, provavelmente
viúvo, é o próprio homem sem importância social ou qualquer destaque mais
significativo, mas o coração generoso dele sempre hospedou o Filho do Homem.
Não tenho, então, a menor dúvida de que Cristo valoriza o
correto engajamento político, tarefa que cai bem no temperamento de uma mulher
como Marta. Mas o Mestre, das longas noites de busca e contemplação, sabe muito
bem que o ativismo político não é tudo. Afinal, a própria palavra partido já
setoriza a atividade política. Jesus sabe que há um momento em que cada um de
nós tem de fazer a sua escolha de dimensão espiritual. E ele está certo de que
esta é a atitude mais importante da vida humana.
Assim, o Mestre declara, no lar de Betânia, para sua amiga
Marta, completamente atônita, que Maria fez a opção preferencial, e isto
ninguém pode revogar.
Afinal, o pedido mais direto de Deus ao homem é expresso de
forma profundamente apaixonada:
Filho meu, dê-me o seu
coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário