A revolta dos Macabeus, Stattler |
Judas, o Macabeu
A denominação Macabeus não se encontra na literatura rabínica,
ela os chama de Matatias e os seus descendentes sempre de Hasmoneus. Foram
portanto provavelmente os autores eclesiásticos que estenderam o apelido de
Judas não apenas a seus irmãos, como também aos sete irmãos anônimos cujo martírio
é narrado em II Mc 7, e até a toda a época dominada pelos descendentes de
Matatias.
Dos 5 filhos de Matatias enumerados em I Mc 2.2, João e
Eleazar desempenharam apenas um papel secundário; João foi assaltado e morto
por nômades, pouco depois da morte de Judas (9.35. Eleazar morreu na batalha de
Bet-Zacarias (6.43-46). Os outros três irmãos sucederam-se como chefes da. Revolta
contra os sírios.
Depois da morte de Matatias, Judas organizou em Masfa uma
revolta judaica, podendo em seguida enfrentar os sírios com um exército
regular. Em 166 a. C. ele conseguiu perto de Emaús uma grande vitória sobre os
generais de Lísias, em 165 perto de Bet-Sur sobre o próprio Lísias. Em consequência
disso Judas pôde ocupar Jerusalém, com exceção da acrópole, e restaurar o culto
judaico. Uma nova expedição de Lísias não conseguiu mudar em nada na situação,
apesar da sua vitória perto de Bet-Zacarias (163/62). Por causa de dificuldades
na própria Síria, Lísias teve de interromper a luta, concedendo aos judeus o
direito de praticar livremente a sua religião.
A primeira finalidade da revolta
dos Macabeus estava realizada. Se Judas, porém, até então havia lutado pela
liberdade da religião, a partir de 164 ele começou a luta pela consolidação do
poder judaico na Palestina e pelo aumento do território judaico à custa dos
estados vizinhos, visando também a fortalecer a sua própria posição entre os
judeus como chefe do partido nacionalista, à custa dos helenistas que queriam
colaborar com os sírios, como o sumo sacerdote Alquimo. Uma expedição síria que
devia apoiar o partido helenista, foi derrotada (batalha de Adasa, contra
Nicanor; 160), depois do que Judas se aliou diplomaticamente com os romanos
(pacto de amizade). A ajuda romana chegou tarde, pois Judas foi morto na batalha
de Elasa (primavera de 160). Seu irmão Jônatas agiu logo como chefe do partido
(I Mc 5.1-9; II Mc 12-15).
Judas Tadeu, apóstolo
Tinha nome duplo: Judas irmão de Tiago (Lc 6.16; At 1.13) e
Tadeu (Mt 10.3; Mc 3.18). O segundo nome é derivado do aramaico taddai (o corajoso)
ou vem, conforme outros, de Teódoto ou Toda/Teudas. Na antiga tradução latina e
no códice “D” ele é chamado Lebeu (AsGôaloç).
Jo 14.22 distingue-o expressamente de Judas Iscariotes. Conforme uma tradição
antiga é idêntico com Judas, o "irmão do Senhor”, autor da carta de Judas.
Eusébio, citando Hegesipo, comunica que dois netos de Judas
foram levados a Roma, sob ordens Domiciano, sendo acusados de crime político,
mas em breve foram soltos. Naquela
época (96 dC) Judas certamente não vivia mais. Os demais
dados da tradição não são
fidedignos.
Judas de Damasco
Habitante da "Rua Direita” em
Damasco, com o qual S. Paulo ficou hospedado depois da aparição de Jesus diante
da porta da cidade (At 9.11); provavelmente um judeu-cristão.
Judas o galileu
Conhecido por vários textos de Josefus e
por At 5.37; proveniente de Gâmala na Gaulanítide. Aproveitou-se do descontentamento
provocado pelo recenseamento de Quirínio, para instigar os judeus contra a
autoridade de Roma. Depois da morte de Herodes Magno, conquistou a fortaleza
estratégica de Séforis. Segundo At 5,37 foi morto e os seus sequazes
espalhados, mas o movimento fanático-religioso criado por ele, que só
reconhecia uma teocracia absoluta, e nenhuma autoridade humana, sobreviveu,
tomando depois outra forma, no partido dos Zelotes. Sobre o problema cronológico
acerca de At 5.37. o Recenseamento.
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