Jeremias no poço, autor não identificado |
Texto do rev. Jonas Rezende.
Estas são
palavras de Deus, na abertura do livro escrito por Jeremias, e registram o
núcleo da vocação do profeta. Mas a forma universal, utilizada para traçar o
caminho de Jeremias, toma a página um ponto de referência necessário para todos
os homens que são alvo do chamamento divino. Quero, então, pedir a você que
anote as duas ideias básicas do texto e que, juntos, reflitamos a respeito.
A ligação do
homem a Deus implica, simultaneamente, a adoção de um projeto revolucionário
para a sua vida; o próprio projeto partilhado ao profeta, no passado: arrancar,
derrubar, destruir e arruinar tudo o que se fez ultrapassado e injusto. Note a
clareza da dimensão política de nossa fé, na renovação das instituições
sociais, a correção dos desequilíbrios; esta tarefa pesada e inadiável de tomar
o mundo mais humano e habitável para nós e para os nossos filhos.
Mas há
igualmente no texto uma chamada de Deus para que edifiquemos e plantemos.
Apenas destruir e derrubar pode limpar o terreno, abrir perspectivas, mas nosso
trabalho está também vinculado à construção do homem novo no mundo renovado.
Se nossa fé
se manifesta com um rosto profético, ela também se expressa na ação nitidamente
pastoral.
Já houve
tempo em que minha simpatia maior ficava com os profetas bíblicos, quando
comparados aos sacerdotes e pastores. Até porque os primeiros eram perseguidos,
e os sacerdotes morriam, velhos, em seus leitos confortáveis. Percebo hoje, com
visão mais amadurecida, que as duas dimensões da fé se complementam, como a cara
e coroa de uma única moeda. Existem os falsos profetas e, acima de tudo, é real
a nossa carência da ternura que os pastores estão prontos a dar. Afinal, o
maior de todos os profetas de Deus, Jesus Cristo, é apresentado também na
Bíblia como “o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas”.
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