Recompensas da fé I

Vendilhões do Templo, Diego Carrion
Porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor. Hebreus 11.6

Texto baseado em sermão do rev. Garrison.

Li há algum tempo a propaganda de uma igreja nos EUA que dizia: Você nunca será o mesmo. Venha à nossa igreja e você será rico, alegre, cheio de saúde, sucesso, amando e sendo amado. Não espere até o céu. Receba já o seu galardão. Venha à nossa igreja.

Isso é uma descarada tentativa de transformar a fé cristã numa seita triunfalista e de sucesso. Não foi a primeira vez que isso aconteceu, e não seria a última. Gente querendo explorar o evangelho para tirar vantagens para si.

O aviso promete as seis coisas mais desejadas: dinheiro, saúde, alegria, prestígio, amar e ser amado. Contudo, para a fé cristã apenas duas delas são realmente válidas. Alguém se arriscaria dizes quais são elas? Eu arrisco em alegre e amando. As bem aventuranças começam sempre pela palavra feliz. Felizes são aqueles que entre as agruras da vida reconhecem o amor de Deus, e é esse mesmo amor que nos induz a amar os outros. A nossa experiência com Jesus Cristo tem que nos fazer alegres e amando. Quanto às outras promessas da propaganda são todas duvidosas e oportunistas.

Jesus não era rico. Pelo contrário, segundo os critérios desse mundo, ele era um dos mais pobres. Certa vez declarou que não tinha onde reclinar a cabeça. Parece que a sua única herança material era uma túnica que os soldados dividiram entre eles. A maioria dos seus discípulos também era desse mesmo jeito. Existiam entre eles algumas mulheres ricas, mas eram poucas.

Sucesso também não foi o seu forte. Jesus morreu como um criminoso condenado, vil e desprezado, até os seus discípulos o abandonaram. Seus apóstolos morreram como mártires. Deu-lhes antes uma advertência: o mundo vos odiará por causa de mim. Me parece que os demais discípulos de Jesus também não foram muito amados pelos judeus de Jerusalém. Pelo contrário, foram perseguidos, apedrejados e mortos, tanto pelos judeus quanto pelos romanos. Paulo não gozava de boa saúde não. Para essa igreja o cristão deve ser rico, saudável, pessoa de sucesso e amada por todos. Para Jesus ele é um coitado, pois ai cristão que todos elogiam e gostam.

Para mim, o mais grave de tudo é a afirmação: não espere até o céu. Essa é a distorção maior do evangelho. Essa é a tentação maior do cristão: querer gozar aqui na terra do adventício que Jesus exerceu apenas depois de ressuscitado. Mas não podemos jogar a água suja da bacia juntamente com a criança que está nela. Existem algumas coisas boas nessa propaganda estranha. Uma delas é o apelo para a pessoa viver uma vida plena. 


Existem pessoas na igreja que estão perdidas em meio a tanta atividade. É muito difícil para um recém convertido assimilar muitas das coisas que os antigos fazem, e por isso eles se sentem perdidos e deslocados. Pode ser que o ingresso nas igrejas que fazem esses apelos seja bem mais acessível do que nas nossas. Nosso jeito de ser cristão é muito elitizado. Nossos planos de ação são tão astronômicos e superficiais que os novos cristãos não se veem envolvidos. Queremos converter a cidade, o país, o mundo, mas o vizinho do lado que se vire sozinho, por isso é que um apelo mais direto às necessidades prementes pode funcionar bem mais.

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