Avivamento metodista |
Li esta semana que a liderança de uma igreja tradicional pediu
um parecer à sua Comissão Geral de Justiça sobre a legalidade da participação
de seus membros em movimentos do tipo G12 e MDA. Eu pergunto: diante dos absurdos métodos empregados
por eles e dos pífios resultados apresentados até então, ainda é preciso fazer uma
consulta neste nível?
Eu tento ficar afastado desses movimentos quanto o norte
dista do sul, porém, quando menos espero, como diz Raimundo Fagner: volta a
incomodar. E volta com mais portentosos absurdos que antes, pois vi pessoas que
se dizem membros dessa igreja defender com unhas e dentes os tais.
Realmente a coisa está pior do que se imagina, pois alegaram,
como argumento de defesa, que foi o próprio fundador do movimento que deu
origem a essa igreja, John Wesley, quem o inventou. Nota-se claramente que essas
pessoas não conhecem as suas doutrinas, e que sequer foram apresentadas ao seu fundador.
Em primeiro lugar os bands de Wesley visavam principalmente
a evangelização de crianças, e vejam o que ele deixou registrado sobre o assunto:
“nunca pare, nunca interrompa seu labor de amor até que você veja os frutos
dele”. Como pastor de pastores, Wesley não se cansava de recomendar diligência
no trabalho com as crianças. Ele os exortava para reuni-las em bands (classes) pelo menos duas vezes
por semana. Quando algum pregador se desculpava dizendo que não tinha esse dom,
a resposta de Wesley era clara e incisiva: “Com dom ou sem ele, você deve fazer
isso; do contrário, você não foi chamado para ser um pregador metodista”. Nos
exames de admissão para novos pregadores, os roteiros (minutes), preparados por
ele em 1766, incluíam uma pergunta específica, na realidade uma determinação de
Wesley: “você instruirá diligente e cuidadosamente as crianças e as visitará de
casa em casa?
Em segundo lugar a ordem de fazer discípulos é específica no
que diz respeito de quem fazer discípulos. Não é de fazer discípulos que se
tornem mil vezes mais merecedores do inferno do que eu, mas discípulos de Jesus
Cristo. Tem muita gente brincando com a seriedade dessas palavras.
Wesley primava pela apresentação pessoal dos seus ministros
em todos os escalões, e sempre recomendava: Ser
sério. Deixar que o seu lema seja "Santidade ao Senhor". Evitar falta
de decoro, brincadeira, e imbecilidade. Conversar com moderação e cautela com
as mulheres, principalmente com as mulheres jovens. Não ser elitista e nem
inacessível. Um pregador do evangelho é um servo de todas as pessoas.
Observe que o propósito não é pregar muitas vezes ou em
muitos locais, e sim cuidar apenas desta ou daquela comunidade, salvar tantas
almas quanto possível, trazer os pecadores ao arrependimento, e, com todo o seu
empenho instruí-las no caminho da santidade, sem a qual eles não poderão ver o
Senhor.
Serve como exemplo também a determinação de Wesley sobre o
aprofundamento dos seus pregadores no estudo da Palavra, mas não de qualquer
palavra. Existe um lema antigo e já esquecido nessa igreja que diz: “ler ou não
ser membro”.
Mas resta-nos ainda uma esperança. Pelo menos é o que nos
assegura o Hino 112 do Hinário Evangélico:
Da vaidade fiéis servos,
Lutam por fazer nos seus;
Muitas vezes nos assaltam
Os modernos fariseus.
Mas se alguém procura ver-nos
Sem a graça do bom Deus,
Vencendo vem Jesus!
Lutam por fazer nos seus;
Muitas vezes nos assaltam
Os modernos fariseus.
Mas se alguém procura ver-nos
Sem a graça do bom Deus,
Vencendo vem Jesus!
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