Igreja sem fruto II

Jesus expulsa os vendilhões do templo por El Greco
Jesus respondeu: Tenham fé em Deus. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: vocês poderão dizer a este monte: “Levante-se e jogue-se no mar.” Se não duvidarem no seu coração, mas crerem que vai acontecer o que disseram, então isso será feito. Marcos 11.22-23

Esta última semana de Jesus, a ressurreição de Lázaro; a entrada triunfal em Jerusalém; a limpeza do templo, traçaram as linhas da batalha da sua mensagem com as forças contrárias a ela. A figueira despontou como prova viva da indignação de Deus contra toda a falsidade religiosa. A reação pouco entendida de Jesus contra a figueira assinala a impaciência de Deus contra essa aparência de fé. As formas externas da religião de Israel o identificavam como povo de um determinado Deus dentre uma variedade enorme de cultos, seitas e rituais existentes naquela época. Era uma religião milenar que havia conseguido, além de respeito, inúmeras concessões dos romanos, o que era muito bom. Contudo, estes preceitos da religião judaica foram criados para ser o resultado da sua experiência de fé com Deus e não um substituto conveniente desta experiência. Para a figueira, aqui representada pelo povo de Israel, as folhas tinham se tornado mais importante que os frutos.
Como seria bom se o episódio de Jesus com a figueira não tivesse qualquer implicação com o ministério da igreja nos dias de hoje. Esta passagem tem algo importante a dizer para nós, ela fala à igreja de todas as formas. O perigo da folhagem sem fruto está bem presente em nosso meio. Temos a apresentar os mais grandiosos templos que o Cristianismo já construiu, igrejas que possuem horários nobres das melhores TVs mundiais. Não poucas são aquelas que possuem o seu próprio canal de televisão ou rádio. Mas todos esses esforços e resultados significam muito pouco aos olhos de Deus, uma vez que o mundo não tem se modificado e a vida das pessoas não tem sido transformadas através das nossas parafernálias. O que adianta ter todo esse aparato se a sociedade como num todo não reconhece em nós novidade de vida?
Fruto não é nada disso que temos apresentado em nossos relatórios, não é a quantidade enorme de locais de culto que estamos construindo, não é o tempo em que o nome de Jesus é pregado e nem o aumento do percentual de evangélicos no Brasil. Fruto é o somatório daquilo que Jesus deseja fazer em nós, mais aquilo que ele deseja fazer por meio de nós, e isso é a certeza de que não podemos dar frutos sozinhos. De nada adianta um sem o outro. O que Cristo faz em nós, através do relacionamento pessoal com ele, é a convicção de uma fé pessoal, de um desejo individual de querer a sua presença, é a nossa responsabilidade com a sua Palavra.
Resta agora pensarmos na multidão que vem às nossas igrejas atrás de frutos e só encontra folhas, por minha culpa, por sua culpa. Pensarmos na quantidade enorme de pessoas desapontadas conosco, com o nosso ministério e o quanto os nossos frutos tem falhado. Não para desistirmos, não para nos considerarmos inviáveis, mas para voltar à sua palavra e refletir no conselho que Jesus deu aos seus discípulos: Tenham fé em Deus. (anterior)

Leitura: Marcos 11.12-24.

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