A fraqueza, a loucura, a impotência e a ignorância

Paulo e Pedro por Rembrandt
Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Romanos 1.16

A questão da vergonha é muito bem trabalhada por Paulo. Ele a aborda sob vários aspectos quanto se trata do evangelho de Cristo. A fraqueza, a loucura, a impotência e a ignorância, que são reconhecidamente motivos de vergonha, mas na sua pregação assumem características que as fazem ser predominantes sobre as virtudes que o mundo. 
Em I Co 1 ele diz que Deus usa preferencialmente as coisas que são negativas sob o ponto de vista humano matar de inveja as coisas grandiosas. Para Paulo, o evangelho sempre sai em desvantagem. Parte de uma condição inferior e é muito menos equipado tecnicamente do que as forças que negam a sua mensagem, e curiosamente o apóstolo se vangloria disso. Tudo o que ele contabiliza são açoites, naufrágios, apedrejamentos, incêndios e perseguições sem fim.
Paulo quando escreveu aos romanos queria deixar explícito que todo o poder do procede do evangelho de Cristo, e que a despeito de todas as fraquezas vividas por ele o evangelho era poderoso o suficiente para a salvação de toda e qualquer nação sobre a terra.
É sempre bom que se diga que na palavra salvação estão incluídos todos os bens que Deus pode dar em resposta à expectativa do ser humano que está oprimido e angustiado. Embora seja sabido que expectativa de salvação não era uma peculiaridade da religião de Israel, para os judeus tinha uma conotação diferente. A religião dom Estado promulgava o imperador como o Augusto Salvador, mas era uma salvação que se tratava apenas de uma providência imediata, o livramento de um temor supersticioso que a alma influenciada pelo helenismo buscava ansiosamente nas religiões de mistério. Para a religião antiga de Israel, o poder de Deus havia de certa forma se exaurido na libertação do povo do Egito. Não se esperava que Deus fosse fazer algo maior ou mais decisivo que isto. Portanto, todo aquele que era herdeiro desta libertação, estava naturalmente liberto de tudo mais. Se algum estrangeiro quisesse ser liberto também teria que se tornar judeu. Paulo diz que não é a herança, mas a fé a garantia da salvação, tanto dos judeus quanto dos gentios. Não a fé de Israel, mas a fé que transcende fronteiras e que vem através da poderosa pregação do evangelho, que agrega e une todo o povo de Deus.

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