Não bastam: as aparências

Jesus e a adúltera, King Dave
Não julguem para que não sejam julgados. Jesus Cristo (Mateus 7.1)

Você sabe que é inevitável acabar fazendo uma avaliação das coisas e das pessoas que nos cercam. Jesus Cristo também sabe. Mas, neste texto do Sermão da Montanha, ele nos previne contra uma forma de julgamento que frequentemente nos leva a assumir a posição de inquisidor para com o nosso próximo.

Se você refletir sobre a advertência de Jesus, vai certamente concluir que não é certo estabelecer um julgamento impiedoso do outro, porque as aparências são falíveis. “As aparências enganam”, como diz a sabedoria popular.

“As aparências enganam.” Mesmo. Jesus Cristo, no Evangelho, expulsa a chicotadas os vendilhões do templo, mas, dias depois, morre por amor também a eles. Judas trai o seu Mestre e o entrega à morte com a manifestação afetiva de um beijo.

Freud, o criador da Psicanálise, que tão bem conhecia a alma humana, nos fala de traços básicos e ilusórios na personalidade do homem. Hoje em dia ninguém mais dá razão a Lombroso, que ousava catalogar as pessoas pelos traços do rosto. Afinal, há música e harmonia em um homem de rosto carrancudo e severo como Beethoven. E quanta maldade habita o coração de uma pessoa bela como o Dorian Gray, do interessante livro de Oscar Wilde?

Note, então, a oportunidade atual da advertência de Jesus: “Não julguem.” Não podemos, na verdade, nos reduzir tragicamente a inquisidores sem afeto; julgadores frios que catalogam o ser humano e o condenam com inflexibilidade.

Victor Frankl, fundador da Laboterapia, a terceira escola de Viena, ao lado da de Freud e Adler, nos ensina que há um momento em que apenas o amor pode impedir a redução de nossa personalidade.

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