Jesus e o paralítico, Blble Cartoons |
Em um depoimento pessoal bastante dramático o reverendo Ed
René Kivitz fez uma explanação de como deveria ser a postura pastoral diante do
infortúnio do próximo, mais ou menos no estilo deste trecho da segunda carta
que Paulo escreveu à Igreja de Corinto. Mesmo antes que houvesse qualquer
tentativa de contestação por parte de alguém desavisado, ele afirmou: por isso
eu sou pastor e você não é.
Ainda esta semana a mídia divulgou amplamente a deplorável
agressão que a menina do Candomblé e a sua avó sofreram por parte de neopentescotais
fanáticos. Como sempre, o povo não deixa barato, e ampliando a repercussão do
incidente, as redes sociais mostraram um depoimento veemente do jornalista
Ricardo Boechat fazendo severas acusações contra um pastor muito conhecido no
meio evangélico que, agindo em nome dos neopentecostais, resolveu desafiá-lo a
um debate público. Isso rendeu ao Boechat duras críticas de um bom número de
comentários de simpatizantes do referido pastor.
No mesmo segmento do noticiário o jornalista fez um
gratificante elogio à atitude de um outro pastor, bem menos conhecido, que se
antecipou mobilizando a sua igreja em um movimento de repúdio à intolerância
religiosa. O curioso é que sobre essa parte do depoimento do Boechat não consegui
ler qualquer comentário no Facebook.
Diante desses três fatos o que podemos inferir? Sem tomar
partido de quem quer que seja passo a transcrever o que o apóstolo Paulo disse
em uma situação semelhante no seu tempo: Vocês
são tão sábios e suportam de boa vontade os loucos. Toleram os que mandam em
vocês e exploram vocês; toleram os que os enganam, os que os tratam com
desprezo e os que lhes dão bofetadas. Tenho até vergonha de confessar que nós
fomos tímidos demais e não fomos capazes de fazer coisas como essas (II Co
11.19-21).
A verdade é que eu também tenho vergonha de ter que tratar
de um assunto como este no blog. Me parece tão evidente as diferenças entre os verdadeiros
e os falsos profetas que eu estaria ofendendo a inteligência de vocês me
estendendo em algum possível comentário. Mas quando tenho que dar razão a um
segmento importante da sociedade, quando este segmento faz uma pesada crítica
contra igreja, ainda mais agravado por vir através de pessoa que é confessadamente
ateia, fico completamente sem palavras. E é nessa hora que eu recorro novamente
à sabedoria paulina: quando eu sinto que igreja está fraca, eu me sinto mais
fraco ainda.
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