Catedral do palácio de Wartburg |
Martinho Lutero, o autor do protesto, é um dos poucos homens de quem se pode dizer que sua obra alterou profundamente a história do mundo. Não era organizador nem político. Movia os homens pelo poder da fé religiosa resultante da inabalável confiança em Deus, e da relação direta, imediata e pessoal com Ele. Lutero que fora, na sua juventude, tremendamente marcado pelo sentimento de pecaminosidade, escapou da morte quando um raio o atingiu, decidiu tornar-se monge. Fez da vida monástica a sua oferta pessoal a Deus, esperando receber dele a sua aprovação. Com confissões intermináveis, sacrifícios, como dormir no inverno europeu sem cobertor, obediência rigorosa as "exigências" divinas ele tentava um meio de agradar a Deus e conseguir sentir o tão almejado perdão. Nada conseguindo Lutero chegou a odiá-lo,i quando foi envolvido pela mensagem de da Carta aos Romanos (Rm 1,17) "o justo viverá pela fé" tomou posse da dádiva divina que os grupos corais em todo mundo cantam como a Maravilhosa Graça de Deus.
Daí para frente SOLA GRATIA, como dizia, era bastante para conseguir o sentimento de justificação, e SOLA SCRIPTURA nortearia a sua fé e não mais a tradição. O sacerdócio universal dos crentes, pensamento formulado pelo monge imediatamente após a experiência anterior, colocava a todos os crentes diretamente em contato Deus. Agora o povo podia se confessar e orar sem a necessidade de intermediários, como fazia crer a Igreja da época. "Sobre a Liberdade Cristã", sua terceira grande obra, apresentava o grande paradoxo da experiência cristã: "Um cristão é o senhor mais livre de todos, e não está sujeito a ninguém. Um cristão é o mais devoto servo de todos, e a todos está sujeito." É livre porque é justificado pela fé, e é servo porque, pelo amor, coloca sua vida a serviço de Deus. Por tudo isso, o papa Leão X, que se viu ameaçado os três alicerces do poder da igreja: a supremacia do sacerdote sobre o leigo, o direito exclusivo de interpretar as Escrituras e o perdão conseguido unicamente pelo pagamento de indulgências, o perseguiu, forçando-o a se refugiar no castelo-fortaleza de Wartburg. De lá, do fundo do seu exílio, Martinho Lutero nos deixou mais uma inspirada, encorajadora e desafiadora mensagem, desta feita sob a forma de música: "Castelo forte”, quando testemunha que a despeito de todas as fortalezas construídas pelo homem, o seu castelo forte, não é outro, senão o nosso Deus.
A Reforma deve ser lembrada não somente como uma conquista no passado distante, mas principalmente como testemunho de fé em Deus e no futuro do mundo, pois por mais sombrio que possa parecer o estado de coisas que nos cerca, o nosso herói nos induz a experimentar que, pela Maravilhosa Graça de Deus: "O Príncipe do Mal, com seu Plano Infernal, já condenado está, vencido cairá por uma só palavra".
O pensamento de Martinho Lutero
Fé e amor perfazem a natureza do cristão. A fé recebe, o amor dá; a fé leva a pessoa a Deus, o amor a aproxima das demais. Através da fé ela aceita os benefícios de Deus, através do amor ela beneficia seus semelhantes.
Assim como o fogo sempre produz calor e fumaça, também a fé sempre vem acompanhada do amor.
A Bíblia é uma erva, quanto mais se manuseia, mais perfume ela exala
Se alguém reconhece ser letrado, sábio e rico, saiba que isto não é mau; pois seria ingratidão desprezar tais dádivas. Mas, sobrepor-se aos demais por causa destas dádivas é demoníaco e um pecado.
Vós pais não podeis dar tesouro maior aos filhos do que a formação. Casa e quintal, queimam, desaparecem; o saber é bom de levar.
Se queremos pessoas excelentes e hábeis tanto para o governo secular como para o espiritual, cumpre deveras não nos poupemos empenho, faina e gastos na tarefa de ensinar e educar os nossos filhos, a fim de que possam prestar serviços a Deus e ao mundo.
Importa acima de tudo que homem e mulher convivam em amor e concórdia, para que um queira ao outro de coração e
Diante de Deus todos temos de baixar o topete e estar contentes de que alcançamos o perdão. E ninguém pense que na presente vida vai chegar ao ponto de não precisar desse perdão.
A imprensa é o último supremo dom, através dela Deus quer tornar conhecida em toda a terra a questão da verdadeira religião, até o fim deste mundo, sendo ela propaganda em todas as línguas. É a última chama de luz antes da extinção deste mundo.
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