A peste doa animais de Gustave Doré (1832-1883) |
Os apóstolos pediram para que a comunidade escolher sete diáconos. Homens de confiança, sabedoria e notória influência do Espírito Santo. Uma pessoa que fosse inclinada às necessidades do próximo e atenta ao chamado do Espírito Santo. Enfim, a ideia básica do ministério pastoral, somos todos garçons. Estamos aqui para servir à mesa, para trazer o alimento, para propiciar que o povo de Deus faça o trabalho que lhe é devido. Qualquer coisa que fugir deste parâmetro é invencionice. Para isso fomos chamados.
O livro de Atos contém a lista dos escolhidos: Estevão, Filipe, Nicanor, Timom e Nicolau de Antioquia que não era judeu, mas um gentio convertido ao judaísmo e, posteriormente, à fé cristã. Este último deveria ser o santo padroeiro dos protestantes, São Nicolau. O primeiro gentio aceito no ministério cristão. É bem provável que, a princípio, algumas pessoas não tenham ficado satisfeitas por não terem sido escolhidas. Contudo, pouquíssimo tempo depois, já estavam dando graças a Deus por terem ficado de fora. Pois testemunharam o que primeiro mártir da fé cristã foi exatamente o primeiro nome da lista dos escolhidos: Estevão, Filipe era o segundo.
Mas o nosso texto de hoje fala da conversão do eunuco, segundo a tradição o tesoureiro mor, ou seja, o Ministro da Fazenda de Candace, rainha da Etiópia. Por isso passo a comentar algumas ideias aparentemente controversas contidas no texto.
O primeiro problema surge exatamente no primeiro versículo do texto: vá para a estrada que vai de Jerusalém a Gaza, porque é deserta. Muito embora eu reconheça que existe uma ligação profunda entre História da Salvação e o deserto, confesso que ia ter muita dificuldade para cumprir esta ordem. Vá pra lá porque não passa ninguém. Jesus havia dito que a seara era grande e que os trabalhadores eram poucos, então porque iria enviar alguém tão qualificado para ir a um lugar deserto, onde não passava ninguém? A minha cabeça é muito racional para entender algo assim. Mas esta é uma lição fundamental para o cristão em todos os tempos. A ideia é trabalhar onde não há ninguém trabalhando, de fazer a obra no terreno estéril, onde não nasceu nada ainda.
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