Peregrinos de S. Becket, Cantuária de Chaucer (1343-1400) |
Batistas, metodistas e presbiterianos tinham marcas próprias que os identificavam. Mas hoje, mesmo as igrejas de conhecido rigor fundamentalista, permitiram que influências externas modificassem de tal forma a sua identidade, a ponto fazerem suas marcas simplesmente desaparecerem.
Hoje é difícil dizer se uma igreja é essencialmente carismática, tradicional ou que possui convicção liberal. É raro encontrarmos denominação que se molde cem por cento pelo padrão que a sua tradição determinou. Hoje em dia temos presbiterianos carismáticos, metodistas fundamentalistas, batistas liberais e por aí a fora. Diante dessa mudança radical podemos nos perguntar: será que guiados apenas pelos aspectos comportamentais e doutrinários, podemos chegar a um consenso do que seria hoje o perfil ideal do discípulo de Jesus? Será que apenas isso seria suficiente para qualificá-lo como tal? Sem apologias ao saudosismo, entende-se que se os padrões antigos eram mais rígidos e mais impactantes, os atuais são mais universais, e, portanto, mais abrangentes. Ninguém, na época passada, estava preocupado com clonagem, com transplante de células tronco, muito menos com pirataria digital. Dizer-se cristão e não frequentar regulamente uma igreja, seria uma aberração. Se assim fosse, hoje, como avaliaríamos as pessoas que não estando ligadas à igreja, e servem a Deus segundo critérios próprios, às vezes até mais rígidos que os nossos?
Sem querer tomar partido de uma ou outra denominação, muito menos exaltar qualquer característica ou forma de culto, o que se pretende ao analisar esse emaranhado de usos e costumes que se tornou o cristianismo, é simplesmente fazer uma avaliação pessoal. Sempre é hora de perguntarmos a nós mesmos: que tipo de cristão nós somos? No meio da crise de identidade que assola as igrejas, essa pergunta é bastante pertinente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário