Paulo e Timóteo, artista desconhecido |
Quanto a mim, a hora
já chegou de eu ser sacrificado, e já é tempo de deixar esta vida. Fiz
o melhor que pude na corrida, cheguei até o fim, conservei a fé. II Timóteo
4.6-7
Este talvez seja esse o último escrito de Paulo. Parece que
com ele encerra o seu ministério ativo, transferindo para Timóteo a
responsabilidade de continuar a obra missionária. Isso, porém, não fica suficientemente
claro, pois logo em seguida mostra que a sua preocupação está ativa, nas recomendações
e advertências que faz ao seu sucessor.
Contudo, apesar do tom de despedida, muito se engana quem pensa que Paulo está oficializando a sua partida ou escrevendo o seu próprio epitáfio, como se a sua morte natural estivesse prestes, e os seus últimos dias fossem apenas uma longa e interminável espera. Ele tinha a consciência das ameaças que pairavam sobre si.
Apesar de tudo, ele tenta apegar-se a
vida. Na verdade o que ele quer agora o que tinha deixado para trás. Para isso começa
a juntar os pedaços que foram ficando pelo caminho.
Na intimidade desta carta ele descreve situações bastante
familiares a todos nós. Fale de como pessoas foram e voltaram em sua vida, mostrando
alegria para com aqueles que permaneceram e se eximindo de culpa pela deserção
de alguns outros. Após tantos desencontros não teria sido válido perguntar a
essas pessoas porque elas o abandonaram? É bem provável que Paulo fosse um
chato de galocha, que exigia tudo nos mínimos detalhes, mas isso é especulação
minha, não levem em consideração.
Agora ele quer tudo com pressa, tudo agora é urgente. Ele quer
tudo antes que chegue o inverno. Para uma pessoa que já havia passado por
tantos invernos, não seria próprio perguntar que inverno é esse? Seria o
inverno, a estação mais fria do ano, quando precisava estar mais abrigado, ou o
inverno da própria existência? A mim me parece que são os dois. Um fato que nós
podemos comprovar simplesmente analisando os três pedidos que ele faz a Timóteo.
Leitura II Timóteo 4
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