Um bom parecer

Concílio de Jerusalém, autor não identificado
Porque o Espírito Santo e nós mesmos resolvemos não pôr nenhuma carga sobre vocês. Atos 15.28

Um concílio que tratou exclusivamente do nosso caso, ou seja dos não judeus, os convertidos do paganismo à fé cristã, desencadeou uma sequência de questionamentos na igreja recém formada que reprisou a ancestral dúvida que levou Caim a matar Abel: Por que Deus age assim com ele e não comigo?
O Verbo de Deus encontrou um eco nos corações que não conheciam a lei de Moisés mais retumbante do que o que soava em seus próprios corações. Contudo, a despeito de todas as evidências confirmarem a necessidade da ruptura definitiva da fé cristã do judaísmo, a ponta do legalismo patriarcal insistiu em aflorar. Tiago, o autor da carta que Lutero chamou de epístola de palha, determinou que alguns princípios básicos se faziam necessários. Logicamente com o intuito de resguardar o mínimo de autoridade da igreja mãe sobre as demais. Os novos convertidos não precisavam fazer muito, somente cumprir a rigorosa dieta kosher. De todo o restante eles estariam livres.
Não seria preciso dizer que Paulo, que nesta época ainda era assessor de Barnabé, saiu deste concílio plenamente convicto de que não iria cumprir qualquer destes absurdos preceitos. Foi naquele instante que a fé de cabresto conquistou não somente um desafeto, mas o seu maior opositor. Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente. Prestem atenção! Eu, Paulo, afirmo que, se vocês deixarem que os circuncidem, então Cristo não tem nenhum valor para vocês.
Permitam-me na conclusão não levar em conta o aspecto moral desta decisão, mas com certeza alguém vai dizer que ela também pareceu bem ao Espírito Santo e a ele. Não tenho esperança de que levem em consideração estas minhas palavras, mas espero que, pelo menos, ouçam o que Lutero tem a nos dizer: O Reino de Deus tem que ser estabelecido em meio aos teus inimigos. Quem não quiser se sujeitar a isso não tem parte no Reino de Deus, mas quer viver cercado de amigos, viver em um mar de rosas, na companhia de gente piedosa, jamais de gente má. Ó blasfemadores de Cristo! Se Cristo tivesse agido como vocês, quem teria se salvo?


Leitura: Atos dos Apóstolos 15.22-31

Nenhum comentário:

ads 728x90 B
Tecnologia do Blogger.