SINAIS DA GRAÇA DE DEUS NO NATAL

Os magos, autor não identificado
OU O NATAL COM SINAIS DA GRAÇA?

Entraram na casa e encontraram o menino com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Mateus 2.11

Texto do revmo. Bispo Josué Adam Lazier

É muito conhecida a história dos chamados reis magos e os presentes que deram ao menino nascido na manjedoura: ouro, incenso e mirra.

Tradicionalmente estes presentes são interpretados como sendo a realeza de Jesus identificado no ouro ou o Reino de Deus que Ele inaugura em obediência ao Pai; ou a fé que agrada a Deus representado pelo incenso, cujo aroma expressa dedicação; ou ainda o sofrimento que Jesus haveria de enfrentar anunciado pela mirra, que assinala também o martírio de Cristo.

Seriam estes presentes símbolos da graça de Deus presente no cenário do nascimento de Cristo ou simbolizam a graça que move as ações divinas em favor de todas as pessoas?

Não é exagero pensar que o ouro pode representar o Deus perfeito que se faz presente no meio de seres humanos imperfeitos e frágeis, mas que pela força da graça do Criador e Sustentador da vida podem superar estas imperfeições e fragilidades, não para serem melhores que os outros, mas para serem instrumentos graciosos e agregadores de valor na vivência humana.

Também não é demais pensar que o incenso indica a confiança que as pessoas devem ter umas nas outras. Confiança no sentido de acreditar na força que os outros têm de superar suas dificuldades e contribuírem para a transformação da sociedade na perspectiva do Reino de Deus. Fé na vida, fé na convivência que supera diferenças e vence as barreiras do preconceito, da discriminação e da opressão. Este tipo de fé, que não é meramente intimista, é agradável a Deus.

À luz do simbolismo da mirra podemos ponderar que a mensagem do natal fala de entrega, de sofrimento, de martírio, pois não é possível idealizar uma sociedade fraterna e solidária, sem lutas, sem renúncias, sem superações, sem o “morrer” para os velhos preconceitos e o “nascer” para novos conceitos.

Assim, os presentes do natal do menino que nasceu na manjedoura são sinais da graça de Deus evidenciados por estas ações e atitudes, frutos de uma experiência que não fica apenas no sentir, mas se transforma em atos concretos, como foi o ato do Cristo que nasceu e morreu para anunciar esperança e a nova vida.

O natal sem estes sinais será sem graça, sem a graça de Deus que transforma as coisas simples em atos singelos e expressivos de valorização da vida.

Que outros presentes podem ser relacionados junto com o ouro, o incenso e a mirra? Como dar presente para Jesus? Na verdade, todos nós fazemos isto seguidamente. Os presentes que damos ao Senhor e Salvador da vida são devolvidos para que nós cuidemos deles. Se dermos amor para Deus, receberemos o amor de volta para que dele cuidemos. Se dermos perdão, receberemos o perdão para que ele se estenda por toda a nossa vida sob o nosso cuidado. Se dermos mágoas, elas ficarão conosco remoendo nossas vidas. Portanto, presentear a Deus é receber tudo de volta. É mais ou menos como aquela pequena história da criança que queria dar um presente para o menino Jesus e não encontrou nada, além do cordeiro da família que estava perdido na tempestade. A criança encontrando-o levou ao menino Jesus e ouviu a doce voz da mãe pedindo para a criança cuidar do cordeiro porque Jesus era apenas um bebê.

Neste sentido, o natal é tempo de refletirmos sobre os sinais da graça de Deus que estão presentes em nossas vidas identificando o cuidado divino, mas também é tempo de pensarmos nos “sinais” da graça que nós evidenciamos no nosso viver diário. São sinais da graça no natal? É o natal com os sinais da graça? Faz diferença? Pode fazer na vida do outro.

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