Machado, Leif Ericson |
Texto do rev. Luiz Carlos Ramos† para o 3º domingo do Advento.
Um machado e uma pá: Essas são ferramentas muito necessárias para o trabalho na roça. Com o machado se corta o que está em excesso, e com a pá se ajunta o que está disperso. Essas também são, para João, filho de Zacarias, as ferramentas-símbolo do novo mundo de Deus. Porque nesse novo mundo nada haverá de sobrar, como nada haverá de faltar, e tudo o que estiver dividido, espalhado ou desintegrado, haverá de ser reunido e purificado.
Vinham aconselhar-se com João as multidões, os publicanos e os soldados; isto é, o povo simples, os funcionários públicos e os militares. Todos faziam a pergunta:
— O que é que temos de fazer, então? Qual é a grande revolução que devemos realizar na nossa vida para que o reino de Deus irrompa na terra?
A resposta chega a ser frustrante, de tão simples:
— Repartir e dividir aquilo que temos em excesso, não extorquir nem exagerar na cobrança de impostos, não praticar violência, nem corrupção, nem chantagens, contentar-nos com salários justos e não demandarmos mais do que o suficiente para uma vida honesta, honrada e digna.
Ouvindo isso, alguns passaram a desconfiar que o próprio João fosse o Cristo, mas ele fazia questão de deixar bem claro que não era, dizendo:
— Eu só lavo vocês com água, mas o verdadeiro Cristo, que virá depois de mim, é muito mais importante, tanto é assim que eu não me atrevo sequer a ajudá-lo a descalçar as sandálias dos pés. Sim, o verdadeiro Cristo batizará vocês com o Espírito Santo, que é brisa sagrada, e os purificará com Fogo Inextinguível, que é a chama eterna. Prestem atenção porque ele virá com o machado numa mão e com a pá na outra.
Dessa maneira ecoava a voz do que clama pelo deserto, anunciando as ótimas notícias de que a salvação e o novo mundo de Deus estão mais próximos do que se imagina.
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