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Jesus no Getsêmani, Adam Abraham |
Jesus orou em
secreto
Texto do rev.
Paulo Schütz.
Todos nós
oramos. Mas, onde aprendemos a orar? Certamente, começamos observando a oração
daqueles que estavam mais próximos de nós; depois, daqueles cuja
espiritualidade admiramos. Que tal agora observar um pouco como Jesus orava?
O primeiro
registro de Jesus orando foi por ocasião de seu batismo, quando o céu se abriu,
o Espírito Santo desceu sobre ele, e teve a oportunidade de ouvir, assim como
todos que o acompanhavam, diretamente do Pai, que ele era seu Filho amado. Como
era de se esperar, todos os evangelhos registram esse batismo, mas apenas Lucas
observa que Jesus orava nesse momento, talvez porque, como ele estava sempre a
orar, os outros não consideraram um detalhe digno de nota.
Na verdade,
Jesus viveu uma vida de oração, sendo compreensível que apenas os momentos mais
marcantes tenham sido registrados. Ele costumava orar num lugar tranquilo,
longe das pessoas, a sós, mas não era fácil, porque a multidão ia sempre atrás
dele, não importava o lugar ou a distância que tinham de percorrer para
alcançá-lo.
Certa vez, ao
saber da morte de João batista, ele teve primeiro que curar muitos enfermos e
alimentar mais de cinco mil, para conseguir despedir as multidões e compelir os
discípulos a seguirem a sua frente, para ter um momento de sossego. Foi pouco
tempo de refrigério, porque, alta madruga, teve ainda que andar sobre as águas,
para alcançar os discípulos, salvar um deles metido a corajoso, e ainda
apaziguar uma tempestade. Mal alcançou a outra margem do lago, nova multidão o
aguardava com seus enfermos.
O mesmo
aconteceu quando foi à casa de Pedro para curar sua sogra. Foi só baixar a
febre dela, e toda a cidade estava reunida à sua porta com seus enfermos e
endemoninhados, para que Jesus os curasse e expulsasse seus demônios. Aquela
noite, teve de levantar de madrugada e buscar um lugar deserto para poder orar,
até que os discípulos o encontrassem anunciando nenhuma novidade: Todos te
buscam, e partiram para a Galileia.
Na noite que
precedeu a escolha de seus doze apóstolos dentre os discípulos, ele também
retirou-se para o monte, e passou a noite orando a Deus a sós. Mas, às vezes
sentia necessidade da companhia dos mais próximos. Foi numa dessas ocasiões que
ele se transfigurou e assim foi visto pelos acompanhantes com Moisés e Elias.
Antes de seguir ao encontro do traidor, também solicitou a que orassem com ele.
E orou até o
momento de sua morte, quando entregou seu espírito ao Pai. Sempre praticou
aquilo que ensinou, orar em secreto, de tal modo que sabemos muito sobre seus
atos e seus ensinamentos, mas pouco sobre o conteúdo de seus diálogos com Deus,
a não ser da oração que proferiu antes de iniciar sua dolorosa caminhada em
direção à cruz, após uma longa conversa particular com seus discípulos, e que
foi registrada no capítulo dezessete do evangelho de João.
Referências
bíblicas:
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