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Efusão, Kathy Ammon |
Não falo aqui da profecia em que Jesus antecipa o rompimento
entre os que com ele ajuntam, e os que separam, que, na realidade, pouca ou
mesmo nenhuma relação tem com o citado termo evangélico. Refiro-me a algo muito
maior e mais próximo de todos nós, aquilo que convencionamos chamar de Palavra
de Deus, não a escrita na Bíblia, mas a que ele tem revelado incessantemente ao
longo da História.
Para que nos situemos nesse contexto, antes de tudo precisamos
lembrar de que não foram poucas as vezes que Jesus condicionou a autenticidade
da Palavra de Deus à efusão do Espírito desse mesmo Deus. Ele deixa claro que
apenas aqueles cuja ação e a posição momentâneas revelam a manifestação desse
Espírito, que sopra onde quer e que jamais saberemos de onde vem e nem para
onde vai, são os portadores credenciados e autorizados de proferirem essa
Palavra, independentemente do seu credo. É importante que nos lembremos disso
na hora em que tivermos que optar por um polo na disputa eleitoral.
Quero alertar que, para este caso específico, o uso de
citações da palavra escrita de Deus: a Bíblia, ou mesmo a autoridade com que
ela investe algumas pessoas para discorrerem sobre ela, nunca deverá ser
confundido com a Palavra de Deus que se revela naquele exato momento da História,
pois segundo aprendemos de Jesus ela pode se apresentar até na boca do Diabo,
de tolos e de aproveitadores.
Está escrito. Eu,
porém, vos digo. Não sei determinar quantas vezes Jesus disse isso, mas sei
muito bem que foi dito em horas em que a polarização se fazia oportuna. Por
conta disso é que se ressalta que o que está escrito deverá estar definitivamente
subordinado ao que Deus está dizendo naquele preciso momento. Se foi dito através
de Jesus, de Pedro, de Paulo ou de algum outro arauto desse ou daquele tempo, não
importa. Imprescindível para nós será detectar os sinais quase que
imperceptíveis do espírito que orienta e avalia a palavra que está sendo dita.
De todo o coração proponho que vocês esqueçam temporariamente
de denominações e de títulos e que tentem desesperadamente ler nos sinais que
Palavra de Deus apontam a essência mais pura que nos pode trazer essa estranha
linguagem. Sabendo de antemão que Deus nunca escondeu a sua preferência pelos
pobres, ignorantes, aflitos e sozinhos, tentemos começar essa leitura a partir
deles, destes sinais, pois, com certeza, esta é uma das poucas pistas que nos
serão dadas.
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