Porque vocês foram batizados para ficarem unidos com Cristo
e assim se revestiram com as qualidades do próprio Cristo. Gálatas 3,27
Afresco em São Calixte, século III |
Será batizado na igreja, hoje, o meu neto, e aproveito a
oportunidade para fazer um breve comentário sobre este ato de fé, que, segundo
me lembro, não foi abordado neste blog até então. A criança tem apenas dois
anos, por isso vou evitar falar dos textos em que estão envolvidas situações de
apelo à conscientização, motivo pelo qual algumas denominações não realizam batismo em crianças, sem considerar as bênçãos que este mandamento de Cristo
encerra. Mandamento sim, pois em uma das frases mais conhecidas de Jesus, os verbos do texto grego que estão no imperativo são: batizar e fazer
discípulos, e não "ide e pregai o evangelho", como normalmente se pensa.
Embora Jesus tenha ordenado explicitamente este sacramento,
não deixou regras claras de como ou quando realizá-lo. Portanto, coube ao
apóstolo Paulo a sua sistematização, o que o fez com muita propriedade. Para
Paulo, o batizado passa a pertencer a Cristo e a ele estar intimamente ligado.
Muito mais do que uma atitude isolada e individual, o batismo de uma pessoa
confirma que a unidade que a igreja tem com seu Salvador passa a contar com
mais um membro, e que este, além de se tornar responsável pela promoção do evangelho, também recebe a promessa de que será assistido por todos, em nome desta unidade.
Por ser realizado em nome da Trindade, muito se engana quem assume a responsabilidade do ato de compromisso sob condições, alegando que não pode se comprometer com uma criança que poderá nunca mais vê-la, e assim estaria firmando um compromisso do qual estaria impedido de realizar. Não procede este tipo de julgamento, pois não acontece de assumirmos tal compromisso como indivíduo, o que realmente inviabilizaria a decisão. Mas sim como igreja de Cristo, como corpo unido e determinado a cumprir os seus mandamentos. Mesmo que nunca mais vejamos a pessoa que está sendo batizada, onde ela estiver, a igreja local, seja ela de que denominação for, está comprometida com esta pessoa pelo compromisso por nós firmado em obediência ao mandamento de Cristo. Por outro lado, quando somos testemunhas de um batismo, também nos comprometemos a assistir a todos aqueles que foram batizados, em outros lugares, principalmente as crianças.
Por ser realizado em nome da Trindade, muito se engana quem assume a responsabilidade do ato de compromisso sob condições, alegando que não pode se comprometer com uma criança que poderá nunca mais vê-la, e assim estaria firmando um compromisso do qual estaria impedido de realizar. Não procede este tipo de julgamento, pois não acontece de assumirmos tal compromisso como indivíduo, o que realmente inviabilizaria a decisão. Mas sim como igreja de Cristo, como corpo unido e determinado a cumprir os seus mandamentos. Mesmo que nunca mais vejamos a pessoa que está sendo batizada, onde ela estiver, a igreja local, seja ela de que denominação for, está comprometida com esta pessoa pelo compromisso por nós firmado em obediência ao mandamento de Cristo. Por outro lado, quando somos testemunhas de um batismo, também nos comprometemos a assistir a todos aqueles que foram batizados, em outros lugares, principalmente as crianças.
O batismo presume que a pessoa ouviu a prescrições da fé
evangélica e passou a crer nelas, confessando que esta passa a ser a sua fé.
Mas este é apenas um símbolo de algo muito maior. É apenas um sinal de que o Espírito Santo já lhe foi dado,
antecipado-se à sua decisão. Mas a fé em Cristo não implica somente em adesão a
uma doutrina, inclui também conversão e doação integral, que culmina com o a
manifestação do desejo de ser batizado neste sacramento que objetiva a
perfeição.
Paulo nunca se afasta do tema da perfeição cristã iniciada no batismo, e faz alusões constantes a ele quando fala da justificação pela fé, em contrapartida à justificação pelas obras da lei e aos apelos judaizantes. É pela profissão da fé que a pessoa responde ao chamado divino da pregação apostólica que o alcançou. Tudo mais, a partir daí é fruto da graça de Deus, que embora não seja mágica, transforma todas as coisas visíveis e invisíveis pelo amor que já foi derramado pelo Espírito de Deus.
Paulo nunca se afasta do tema da perfeição cristã iniciada no batismo, e faz alusões constantes a ele quando fala da justificação pela fé, em contrapartida à justificação pelas obras da lei e aos apelos judaizantes. É pela profissão da fé que a pessoa responde ao chamado divino da pregação apostólica que o alcançou. Tudo mais, a partir daí é fruto da graça de Deus, que embora não seja mágica, transforma todas as coisas visíveis e invisíveis pelo amor que já foi derramado pelo Espírito de Deus.
Tudo até então tem indicado que a responsabilidade é
individual e que necessita de certo grau de consciência, invalidando assim a
proposta que algumas igrejas tem de realizar indistintamente batismo em
crianças e adultos. No entanto sabemos pelas Escrituras que famílias inteiras
eram batizadas em nome de Jesus, é isso incluía também todos os pequeninos da
casa. Com base em Atos 10 e 16,25ss podemos concluir que este é um compromisso
que pode ser firmado pelo responsável da casa, e que assim fazendo,
transmitiria a todos os que nela habitam este beneplácito.
Então, o que se requer do batizando? Existem outros aspectos
que enfatizam a profundidade desta transformação. Se para ele foi um novo nascimento
a partir da água, um banho de regeneração e renovação no Espírito Santo, é
também uma ponte que o faz passar do reino das trevas para o reino da luz. Uma
iluminação que o fez livre das trevas do pecado. Também é uma forma de
circuncisão no coração, que o agrega definitivamente ao povo escolhido de Deus.
Requer-se do batizando que este aceite esse dom gratuito que é entrar no Reino
glorioso, e que tome posse da herança que o está reservada desde a fundação dos
séculos.
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